terça-feira, setembro 03, 2024

Controlo de qualidade

 Controlo de qualidade


Uma curva de calibração é uma representação gráfica que mostra a relação entre a concentração de um analito (substância a ser medida) e a resposta de um instrumento de medição. Para construir uma curva de calibração para um parâmetro analítico, siga os passos abaixo:


1. Preparação de Soluções Padrão


Prepare uma série de soluções padrão com concentrações conhecidas do analito. Essas soluções devem cobrir a faixa de concentrações esperada nas amostras desconhecidas.


2. Medição da Resposta Instrumental


Para cada solução padrão, meça a resposta do instrumento de análise (por exemplo, absorbância, intensidade de emissão, corrente elétrica, etc.). Garanta que as condições experimentais sejam constantes para todas as medições.


3. Construção da Curva de Calibração


Plote os valores da resposta do instrumento (eixo y) contra as concentrações conhecidas das soluções padrão (eixo x). A curva resultante deve ser linear ou ter uma forma previsível que possa ser modelada matematicamente (por exemplo, exponencial, quadrática).


4. Ajuste da Curva


Ajuste os dados a um modelo matemático adequado, geralmente uma regressão linear para uma resposta linear. A equação da linha ajustada (ou curva) será utilizada para determinar as concentrações de analito nas amostras desconhecidas.


5. Validação da Curva de Calibração


Verifique a precisão e a exatidão da curva de calibração. Isso pode incluir a verificação dos coeficientes de correlação (R²) e a avaliação de erros relativos ou absolutos.


6. Uso da Curva para Determinação de Concentrações


Com a equação obtida da curva de calibração, é possível determinar a concentração do analito nas amostras desconhecidas, medindo a resposta instrumental e aplicando-a à equação da curva.


### Exemplo Prático


Vamos considerar um exemplo com medições de absorbância para determinar a concentração de uma substância. Suponha que tenhamos os seguintes dados:


| Concentração (mg/L) | Absorbância |

|---------------------|-------------|

| 0                          | 0.00        |

| 1                          | 0.10        |

| 2                          | 0.20        |

| 3                          | 0.30        |

| 4                          | 0.40        |


Para esses dados, a curva de calibração seria uma linha reta com a equação \( \text{Absorbância} = a \cdot \text{Concentração} + b \), onde \( a \) é a inclinação e \( b \) é o intercepto.

 Dicas e Considerações


- Linearidade: Verifique se a resposta é linear na faixa de concentração utilizada.

- Limite de Detecção e Quantificação: Determine os limites inferiores de detecção e quantificação.

- Repetibilidade: Verifique a repetibilidade das medições para garantir resultados confiáveis.


Esses passos e considerações ajudam a garantir que a curva de calibração seja precisa e útil para quantificar a concentração de um analito nas amostras de interesse.





Uma carta de controlo de qualidade, também conhecida como carta de controle ou gráfico de controle, é uma ferramenta usada para monitorar e controlar processos de produção ou operações. Ela permite detectar variações que possam indicar problemas de qualidade, seja por causas comuns (naturais ao processo) ou causas especiais (anomalias).


 Passos para Construção de uma Carta de Controlo de Qualidade


1. Definição do Processo e das Variáveis de Interesse

   - Escolha do parâmetro de controle: Pode ser uma característica do produto (como peso, dimensão, etc.) ou uma métrica do processo (como tempo de ciclo).

   - Definição dos limites de especificação: Estes são os valores máximos e mínimos aceitáveis para o parâmetro de controle, com base nos requisitos do cliente ou normas.


2. Coleta de Dados

   - Amostragem: Coleta de dados de forma regular e consistente ao longo do tempo. O tamanho das amostras e a frequência de coleta dependem da natureza do processo e da variação esperada.

   - Registros: Anote os valores medidos para o parâmetro de controle para cada amostra.


3. Cálculo dos Estatísticos

   - Média (X̄): A média dos valores medidos para cada amostra. É o valor central da carta de controle.

   - Amplitude (R) ou Desvio Padrão (σ): A amplitude é a diferença entre o valor máximo e o valor mínimo da amostra, usada em cartas R. O desvio padrão pode ser usado em cartas S.


4. Determinação dos Limites de Controle

   - Limite Central (CL): A média dos valores médios das amostras (\( \overline{X} \)).

   - Limite de Controle Superior (UCL): Calculado como \( CL + k \cdot \sigma \), onde \( k \) é um fator (geralmente 3) que define o número de desvios padrão acima do limite central.

   - Limite de Controle Inferior (LCL): Calculado como \( CL - k \cdot \sigma \).


   Para cartas de controle R, \( \sigma \) é geralmente substituído por \( R \), e os limites de controle são ajustados com base em tabelas específicas para gráficos de controle.


5. Plotagem dos Dados na Carta de Controle

   - Eixo x: Representa o tempo ou a sequência de amostragem.

   - Eixo y: Representa os valores medidos do parâmetro de controle.

   - Plote a média de cada amostra no gráfico, juntamente com os limites de controle e o limite central.


6. Interpretação e Ação

   - Análise de Padrões: Identifique padrões como tendências, ciclos, ou pontos fora dos limites de controle. Isso pode indicar variações de causa especial.

   - Ação Corretiva: Se pontos fora dos limites ou padrões anômalos forem detectados, investigue a causa e tome ações corretivas para retornar o processo ao controle.


Tipos Comuns de Cartas de Controle


1. Carta X̄-R: Usada para monitorar a média e a amplitude de amostras de tamanho pequeno.

2. Carta X̄-S: Usada para monitorar a média e o desvio padrão de amostras de tamanho maior.

3. Carta p: Usada para controlar a proporção de itens defeituosos em uma amostra.

4. Carta np: Usada para controlar o número de itens defeituosos em uma amostra.

5. Carta c: Usada para controlar o número de ocorrências de um evento em uma amostra de tamanho constante.

6. Carta u: Usada para controlar o número de ocorrências de um evento em uma amostra de tamanho variável.


Conclusão


Uma carta de controle é uma ferramenta essencial na gestão da qualidade, ajudando a monitorar e manter a estabilidade de um processo ao longo do tempo. A sua construção e interpretação exigem uma boa compreensão do processo e da estatística envolvida.






Para a construção de uma carta de controlo de qualidade, o procedimento adequado geralmente envolve o uso de uma série de amostras independentes, coletadas ao longo do tempo, que representam o processo em condições normais de operação. A razão para isso é capturar a variação natural do processo, incluindo variações devido a pequenas mudanças nas condições de produção, materiais, operadores, etc.


Amostragem de População de Amostras Diferentes


Método Recomendado:

1. Coleta de Múltiplas Amostras ao Longo do Tempo:

   - Objetivo: Capturar a variação natural do processo.

   - Procedimento: Coletar amostras em intervalos regulares, sob condições de operação normais.

   - Tamanho das Amostras: Para cartas X̄-R ou X̄-S, geralmente são usadas amostras de tamanho pequeno a moderado (por exemplo, n = 4 ou 5).

   - Quantidade de Amostras: É comum utilizar pelo menos 20 a 25 conjuntos de amostras (ou mais), para assegurar uma boa estimativa da variação do processo.


Cálculo dos Estatísticos:

- Média (X̄): Calculada como a média dos valores de uma amostra.

- Desvio Padrão (S) ou Amplitude (R): Calculado para cada amostra. No caso de cartas X̄-R, usa-se a amplitude \( R \); para cartas X̄-S, usa-se o desvio padrão \( S \).


Uso de Múltiplas Determinações da Mesma Amostra


Método Alternativo (Menos Comum para Cartas de Controle):

- Objetivo: Focar na precisão do instrumento ou método de medição.

- Procedimento: Realizar várias medições da mesma amostra para obter uma estimativa precisa da média e do desvio padrão do método.

- Aplicação: Este método é mais relevante para estudos de repetibilidade e reprodutibilidade (R&R) do sistema de medição, não para a construção de cartas de controle de processos.


Conclusão


Para a construção de cartas de controle de processos, o mais adequado é utilizar uma população de amostras diferentes, coletadas em diferentes momentos, que representem o processo em condições normais. Isso fornece uma imagem mais realista e útil da variação do processo e ajuda a identificar tendências ou causas especiais de variação.


Portanto, deve-se coletar amostras separadas ao longo do tempo, em vez de realizar múltiplas medições na mesma amostra, para garantir que a carta de controle reflete a verdadeira variabilidade do processo, e não apenas a precisão do método de medição.



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