Troponina
I de alta sensibilidade acelera a triagem do enfarte do miocárdio
O doseamento da concentração de hs-TnI tem a capacidade de excluir, de maneira rápida e fácil, os doentes de
baixo risco. Este teste tem muito bom valor
preditivo negativo.
O doseamento da concentração do hs-TnI tem a capacidade de, rapidamente, diagnosticar cerca de 50% dos doentes que se apresentam com enfarte de miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST, seja por diagnosticar os doentes com enfarte do miocárdio, seja por fazer o diagnóstico como doentes com um risco de doença cardíaca muito baixo. Os restantes cerca de 50% dos doentes deverão ser estudados com outros testes, com a finalidade de esclarecer a situação clínica cardíaca.
A principal vantagem destes novos testes de troponina I de alta
sensibilidade é o tempo, sendo que a decisão pode ser feita 1
hora após a apresentação. Se as determinações de hs-TnI, tanto à
admissão como após 1 hora, forem negativas, os doentes podem ser
excluídos de forma segura, o que se revela uma grande
melhoria em comparação com os testes clássicos de troponina
cardíaca.
Estes novos testes de alta sensibilidade usam valores de
cutoff muito inferiores aos usados com os testes convencionais para
resultado positivo. Usa-se a concentração de 6 ng/l como cutoff e um delta absoluto das concentrações de 12 ng/l entre as
determinações feitas à entrada e 1 hora após a admissão,
enquanto que os testes tradicionais usam um cutoff de 27
ng/l ( percentil 99 de uma população referência saudável ).
Foi demonstrado que o melhor valor de cutoff para a
concentração sérica da hs-TnI é de 6 ng/l, concentração significativamente
inferior ao valor utilizado pelas técnicas clássicas.
Com o valor de cutoff de 6 ng/l, a técnica de hs-TnI apresenta um valor perditivo
negativo de 99.2-99.7 % e um valor perditivo positivo de 80.4-81.5 %.
A mortalidade aos 6 meses nos doentes excluídos do
diagnóstico, foi determinada como sendo de cerca de 0.79 %, usando-se os
testes de alta sensibilidade e um cutoff de 6 ng/l, o que compara, com
uma mortalidade de 1.73 %, quando utilizamos uma técnica clássica de
doseamento de TnI e um cutoff de 27 ng/l.
Também se verificou que, numa população sem
patologia cardíaca conhecida, utilizando o cutoff de 6 ng/l ( hs-TnI ), foi
capaz de se diagnosticar mais mortes cardiovasculares do que com o uso do cutoff
de 27 ng/l ( cTnI ) tanto num follow-up de 1 ano como de 5 anos.