Normas
laboratoriais no estudo do vírus de Ébola
O
vírus de Ébola, durante muito tempo apenas foi encontrado na
África Central e Oriental. No final de 2013, princípio de 2014,
começou a ser detectado o aparecimento de doentes afectados pelo
vírus do Ébola, na África Ocidental. Ébola espalhou-se
rapidamente pela Serra Leoa, Libéria, Nigéria e Guiné Conacri.
Tornou-se,
assim, importante estabelecer regras para o manuseamento das amostras
para os testes laboratoriais em doentes potencialmente infectados com
o vírus de Ébola.
Nesta
medida, durante a colheita de amostras para análise, deve o pessoal
interveniente usar equipamento de protecção composto por máscara
facial que cubra nariz e boca, óculos de protecção, luvas e roupas
impermeáveis e resistentes a fluídos e material anti-refluxode
classe II de biossegurança certificado, bem como manter o material
usado em recipientes com segurança.
O
teste para o vírus do Ébola não é um teste simples. É um ensaio
em tempo real chamado RT-PCR ( reverse transcription polymerase chain
reaction ). Embora os resultados sejam rapidamente obtidos, podem
encontrar-se contaminações e falsos positivos.
Os
exames analíticos são um elemento crucial na luta contra a epidemia
do vírus do Ébola na áfrica Ocidental, com a finalidade de
proteger as pessoas tanto em África como no resto do mundo.
O
vírus do Ébola detecta-se no sangue apenas depois do início dos
sintomas, habitualmente febre. Pode levar até 3 dias, após a
sintomatologia se iniciar, para ser detectável no sangue o vírus do
Ébola.
O
teste para despiste do vírus do Ébola deve ser feito quando o
doente com sintomatologia se dirige aos serviços de saúde, no
entanto se o início dos sintomas foi há mais de 3 dias, uma amostra
tardia pode ser necessária para excluir estarmos em presença de um
caso desta patologia, se a primeira amostra se revelou negativa.
A
colheita de sangue total, mínimo de 4 cc, para EDTA é a amostra
preferencial para o estudo do vírus de Ébola. As amostras devem ser
conservadas a 2-8 graus centígrados ou serem congeladas. As amostras
não devem ser colhidas para tubos de vidro nem deve ser utilizada a
heparina como anticoagulante.
Outros
produtos, que não sangue, devem seguir as normas estabelecidas pelo
laboratório onde se irá proceder a execução da análise.
Vários
testes diagnósticos são disponíveis para a detecção do vírus de
Ébola. Infecções agudas sâo confirmadas pelo RT-PCR. Também se
pode fazer o isolamento do vírus. Testes serológicos para IgG e IgM
podem ser feitos para certos espécimes e para monitorizar a resposta
imunológica nos casos confirmados como positivos.
Deve
fazer-se o diagnóstico diferencial com a febre de Lassa, também
endémica nas zonas afectadas pelo vírus de Ébola, que pode
apresentar sintomatologia semelhante.
O
transporte das amostras deve ser feito dentro de um contentor
durável, à prova de extravasamento.
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