domingo, fevereiro 28, 2016

Screening de cancro colorrectal efectuado por teste imunoquímico das fezes

Screening de cancro colorrectal efectuado por teste imunoquímico das fezes


Verificou-se a eficácia no screening do cancro colorrectal, em doentes com risco, com o uso de testes imunoquímico das fezes.


Teste imunoquímico de fezes, apresentou uma sensibilidade de 79% em teste único. Vantagem grande comparativamente com o teste do gaiaco é a não necessidade de efectuar dietas especiais nem restrições medicamentosas.


O teste imunológico das fezes apresentou uma mais alta capacidade na detecção de adenomas colónicos e cancros colorrectais quando em comparação com os testes tradicionais de pesquiza de sangue oculto.



Alta sensibilidade, para o despiste do carcinoma colorrectal, foi comprovada para o teste imunológico das fezes e o controlo anual é aceitável e eficaz na triagem de carcinoma colorrectal para a população em geral.



sábado, fevereiro 20, 2016

Proteína G

Proteína G

Proteína G

As proteínas G são proteínas que intervêem de forma importante na função da transmissão do sinal nas células eucariotas.
As proteínas G caracterizam-se por interagir com GTP, provocando-lhe a hidrólise e originando GDP. O “G” do nome proteína G advém da letra G do GTP.



A função da proteína G é a transdução do sinal nas células, funcionando como um interruptor. Desta forma um elemento externo tem a possibilidade de acesso aos receptores celulares que se associam e estimula-os no sentido de desencadearem reacções pela célula interveniente, como acontece nas situações, entre outras, em que um ligando possa aceder a um receptor celular que se associa a uma proteína G, e isto desencadeia uma série de acções enzimáticas na célula.

Proteína G

Os receptores da proteína G têm uma estrutura em forma de serpentina. Receptores de proteína G englobam muitas proteínas dado que são receptores transmembrana com a função de detectar sinais extracelulares e transmitidos ao interior celular desencadeando as correspondentes respostas. Estes receptores reconhecem múltiplos ligandos como hormonas, neurotransmissores e outras proteínas e peptídeos.
Quando acontecem disfunções nas proteínas G, estas disfunções podem causar doenças sendo este o facto pelo qual a quimioterapia actua nas proteínas G.

Proteína G

A proteína G é formada por 3 subunidades: α, β e γ. A subunidade α ( Gα ) tem um lugar de ligação ao GTP ou GDP. As subunidades β e γ permanecem sempre unidas. A localização da proteína G é na superfície interna da membrana celular ligada ao receptor acoplado à proteína G.




A forma de actuação do receptor da proteína G é a seguinte:


  • um ligante activa o receptor acoplado à proteína G induzindo uma mudança conformacional no receptor possibilitando o receptor a agir como factor de troca do nucleotídeo guanina, colocando o GTP no local do GDP situado na subunidade α da proteína G. Isto causa a dissociação da subunidade α do dímero βγ e do receptor. Ambas as subunidades Gα e Gβγ podem activar cascatas de sinalização e proteínas efectoras. Finalmente a GTP ligada é hidrolisada pela subunidade Gα ( que actua como cinase ) formando-se de novo GDP e permitindo que a subunidade Gα recombine com o dímero Gβγ e iniciando-se o ciclo novamente.


https://www.youtube.com/watch?v=pBvCmRk5I34


Receptor acoplado à proteína G que utiliza AMPc como segundo mensageiro

Invasão metastática da medula óssea

Invasão metastática da medula óssea


Medula óssea é um dos órgãos mais frequentemente envolvidos por metástases tumorais que se disseminam pela via sanguínea, sendo que nos adultos os tumores da próstata, mama e pulmão são os mais frequentemente envolvidos neste processo de metastização. Retinoblastoma, neuroblastoma, sarcoma de Ewing, rabdomiossarcoma e tumores neuroectodérmicos primitivos são os tumores que nas crianças mais vezes metastizam para a medula óssea.


Com excepção das metástases tumorais de carcinomas de células escamosas que não pulmonares, o atingimento da medula óssea é rara e o mesmo se verifica nos casos dos tumores de tecidos moles.



Podemos suspeitar de invasão medular por metástases quando:
  • dor óssea surge
  • casos de fracturas patológicas, lesões líticas ou escleroses reveladas por meios radiológicos
  • “hot spots” inexplicáveis revelados em PET ou scan ósseo
  • imagem anormal na RNM
  • hipercalcémia ou fosfatase alcalina aumentada
  • alterações hematológicas inexplicáveis
Metástases na medula óssea

Nas situações de invasão medular por metástases, a anemia leucoeritroblástica é a alteração do foro hematológico mais frequente mas não é uma alteração específica desta situação metastática e encontra-se em cerca de 50% dos casos. O estudo do mielograma dá um resultado para invasão metastática em 28% das situações enquanto que a biópsia óssea positiva em 35-45% dos casos.

Célula tumoral invasora da medula óssea

As principais dificuldades encontradas para fazer o diagnóstico de metástases tumorais invasoras da medula óssea são:
  • diferenciar células metastáticas de células tumorais hematopoiéticas, como sucede nos casos de envolvimento de linfoma não hodgkiniano de alto grau ou nas situações de LMA com fibrose
  • determinar a localização do tumor primitivo quando este é desconhecido
  • como parte do estadiamento tumoral fazer a determinação de pequenos focos de tumor metastático
  • fazer a identificação de células malignas metastáticas em depósitos que sejam fortemente escleróticos

No esfregaço de sangue periférico, nas situações de metástases que invadem a medula óssea, observa-se anemia normocrómica normocítica, sendo outras alterações citológicas menos comuns, observando-se em 33-50% dos casos eritroblastos e precursores neutrofílicos na via sanguínea, sendo esta situação designada de anemia leucoeritroblástica quando se acompanha de anemia.

Anemia leucoeritroblástica

A presença de anemia leucoeritroblástica correlaciona-se melhor com o grau de fibrose medular reactiva do que com a extensão da infiltração metastática maligna sendo mais associada a metástases de carcinomas da próstata, mama, estômago e pulmão.

Células de metástase na medula óssea
mostrando coalescência

Células malignas em número significativo, observadas no sangue periférico, são raras nas crianças e mais ainda nos adultos. Anemia das doenças crónicas, anemia ferropénica, trombocitopenia, trombocitose, neutrofilia, eosinofilia, anemia hemolítica microangiopática ou formação de rouleaux são alterações que podem surgir mas que são devidas à doença subjacente ( cancro primário ) e não às metástases em si mesmas.

No mielograma, quando a mielofibrose reaccional secundária à infiltração medular se apresenta, podemos observar um “dry tap” ou uma pequena quantidade de medula óssea pode ser obtida, com células hematopoiéticas e células tumorais ou ambas, sendo aspirada com dificuldade.

Quando há uma renovação óssea acelerada, o aspirado de medula óssea pode conter, para além de células tumorais, também osteoblastos e osteoclastos. Por vezes a amostra é constituída total ou parcialmente por células necrosadas e isto deve fazer suspeitar de estarmos em presença de uma infiltração maligna.

Agregado de osteoblastos mimetizando
células neoplásicas

Uma amostra satisfatória para mielograma pode ser constituída por um grande número de células tumorais misturadas com células hematopoiéticas normais ou as células tumorais podem ser escassas e de difícil observação, sendo importante a observação dos bordos e cauda da lâmina de mielograma para encontrar estas células tumorais, mostrando-se importante a observação de várias lâminas de mielograma.

Células de metástases com
vacúolos coalescentes

A detecção de células neoplásicas, quando se apresentam escassas, no mielograma é facilitada por técnicas que usam anticorpos monoclonais apropriados, como os que reagem com citoqueratina, antigéneo carcinoembrionário e antigéneo da membrana epitelial ( EMA ), permitindo a identificação de células neoplásicas em número muito reduzido em caso de positividade daquelas reacções.

Células tumorais com
pigmento citoplasmático

Células malignas, no mielograma, apresentam-se com morfologia característica. Assim, estas células malignas que invadem a medula óssea são observadas no estudo do mielograma como sendo células consideravelmente maiores do que as outras células hematopoiéticas, à excepção dos megacariócitos. Na infância, nos tumores de células pequenas, as células malignas podem ser de dimensões similares às dos blastos. Células malignas são frequentemente coesivas entre si, agrupando-se em agregados celulares, com ou sem células malignas dispersas e isoladas. Raras vezes, apenas são observadas células malignas isoladas, não formando aqueles agregados, mas a regra é serem vizualizados agregados celulares de células malignas metastizadas.


Células metastizadas

Células neoplásicas são habitualmente pleomórficas tanto em tamanho como em forma e características do seu núcleo. Os contornos celulares podem apresentar uma delimitação mal definida ou as células podem mesmo apresentar uma forma “smudge”, sendo que algumas células malignas se apresentam multinucleadas. Os núcleos das células malignas metastizadas são hipercromáticos e nucléolos podem ser observados bem como, frequentemente, são vizualizadas figuras de mitose. Células de carcinomas, por regra, apresentam citoplasma abundante com basofilia variável e vacuolizações. Estas células são, por vezes, fagocíticas, como acontece com os tumores da mama, pulmão, sarcoma de Ewing, hemangioendotelioma, rabdomiossarcoma e meduloblastoma.

Agregados celulares de células metastizadas

Célula metastizada com aspecto “smudge”

A observação de células tumorais de metástases na medula óssea não permite, geralmente, dizer onde se localiza o tumor primário, pelo que é útil a realização de biópsia óssea para determinar essa localização. Excepções existem, como é o caso do melanoma, em que a observação de células metastizadas permite fazer o diagnóstico do tumor primário pois observa-se nestas células o pigmento que as reconhece, embora nos casos de melanoma amelanótico esta possibilidade não se verifique.

Células de melanoma observando-se
o pigmento melânico

Células de melanoma observando-se
o pigmento melânico

As células metastáticas invasoras da medula óssea devem ser distinguidas de células de linfoma, blastos de leucemia aguda e células neoplásicas da histiocitose das células de Langerhans ou mastocitose sistémica.

Histiócito

As células malignas metastáticas também devem ser diferenciadas de células endoteliais, fibroblastos do estroma, osteoblastos, osteoclastos, megacariócitos atípicos ou eritroblastos esmagados.

Agregado celular por coalescência das células metastizadas

Na medula óssea invadida por células metastáticas, alterações reactivas são observadas, nas quais se podem incluir número aumentado de plasmócitos e mastócitos, hiperplasia granulocítica e megacariocítica, macrófagos em número aumentado e reservas de ferro aumentadas.

Agregado celular por coalescência de células neoplásicas metastizadas
Observe-se a leucoeritroblastose


Técnicas de imunocitoquímica e imunofenotipagem por citometria de fluxo são importantes auxiliadoras na despistagem de células metastáticas da medula óssea. Também a citogenética e a análise de genética molecular podem dar importante contributo. Outro estudo de importancia fundamental na despistagem de metástases invasoras de medula óssea é a biópsia óssea.

quarta-feira, fevereiro 03, 2016

Complexo major de histocompatibilidade

Complexo major de histocompatibilidade

Complexo major de histocompatibilidade não é sinónimo de HLA ainda que haja muitos pontos comuns entre ambos os sistemas, como se pode ver na figura: