Hemoglobina
e calprotectina fecais como indicadores de doença intestinal
A não existência
de hemoglobina fecal é um bom teste de exclusão para doença
intestinal.
Colonoscopia é o
padrão de ouro para a detecção de doença significativa,
nomeadamente cancro colorrectal, adenoma de alto risco ( defenido
como patologia onde há 3 ou mais adenomas ou qualquer adenoma com 1
cm ou mais de dimensão ) e DII. Adenomas de baixo risco ( menores de
1 cm de dimensão ) não são incluídos neste grupo de doenças.
Existem 2 tipos de
testes imunológicos para despiste de hemoglobina fecal, nomeadamente
quantitativos e qualitativos. Testes quantitativos têm revelado
maior especificidade e valor preditivo negativo para o cancro
colorrectal.
Testes fecais,
nomeadamente despiste de hemoglobina ou calprotectina, podem ajudar a
determinação da utilidade de efectuar novos estudos com vista ao
despiste do cancro colorrectal, adenoma de alto risco ou DII com
sensibilidade e valor preditivo positivo do teste bastante
aceitáveis. Mais significativo é talvez o caso de um doseamento de
hemoglobina fecal negativo poder excluir a presença daquelas
patologias com bastante grau de certeza.
De referir, no
entanto, que até 15% das situações podem ser falsos negativos e
desta forma originar atrasos no início do tratamento. Teste
imunológico de pesquiza de sangue oculto revelou um VPN variando
entre 92% e 97% para cancro colorrectal e adenoma de alto risco.
Doseamento de
calprotectina fecal ( superior a 50 μg/g
) pode aumentar o VPN comparativamente com o VPN do teste imunológico
de despiste de sangue oculto isoladamente.
De referir que o VPP
é superior nos homens comparativamente com as mulheres no que ao teste
imunológico de despiste de sangue oculto diz respeito quando o
usamos para despiste de cancro colorrectal, adenoma de alto risco ou
DII. Já o VPN é semelhante entre homens e mulheres. Esta diferença
de VPP e VPN entre os sexos é relevante apenas em doentes
assintomáticos pois em doentes com sintomatologia já não tem
grande significado dado estes doentes serem submetidas a outros
testes e exames.
Doseamento de
calprotectina fecal é um teste que para um cut-off de 50 μg/g
praticamente tem um VPN de 100% nas situações de DII mas para o
cancro colorrectal falha em cerca de 20% dos casos. A utilização de
teste imunológico de sangue fecal e calprotectina fecal,
simultâneamente, aumenta a sensibilidade do teste.
Testes fecais não
invasivos, nomeadamente teste imunológico do sangue fecal e
calprotectina fecal, proporcionam dados de ausência de doença
intestinal apreciáveis. O teste imunológico do sangue fecal é
superior ao da calprotectina fecal no despiste de cancro colorrectal
e adenoma de alto risco e proporciona com objectividade a necessidade
ou não e a urgência de outras investigações subsequentes e
tratamento do cancro colorrectal.