sábado, setembro 24, 2016

Hemoglobina e calprotectina fecais como indicadores de doença intestinal

Hemoglobina e calprotectina fecais como indicadores de doença intestinal

A não existência de hemoglobina fecal é um bom teste de exclusão para doença intestinal.
Colonoscopia é o padrão de ouro para a detecção de doença significativa, nomeadamente cancro colorrectal, adenoma de alto risco ( defenido como patologia onde há 3 ou mais adenomas ou qualquer adenoma com 1 cm ou mais de dimensão ) e DII. Adenomas de baixo risco ( menores de 1 cm de dimensão ) não são incluídos neste grupo de doenças.
Existem 2 tipos de testes imunológicos para despiste de hemoglobina fecal, nomeadamente quantitativos e qualitativos. Testes quantitativos têm revelado maior especificidade e valor preditivo negativo para o cancro colorrectal.

Testes fecais, nomeadamente despiste de hemoglobina ou calprotectina, podem ajudar a determinação da utilidade de efectuar novos estudos com vista ao despiste do cancro colorrectal, adenoma de alto risco ou DII com sensibilidade e valor preditivo positivo do teste bastante aceitáveis. Mais significativo é talvez o caso de um doseamento de hemoglobina fecal negativo poder excluir a presença daquelas patologias com bastante grau de certeza.
De referir, no entanto, que até 15% das situações podem ser falsos negativos e desta forma originar atrasos no início do tratamento. Teste imunológico de pesquiza de sangue oculto revelou um VPN variando entre 92% e 97% para cancro colorrectal e adenoma de alto risco.
Doseamento de calprotectina fecal ( superior a 50 μg/g ) pode aumentar o VPN comparativamente com o VPN do teste imunológico de despiste de sangue oculto isoladamente.

De referir que o VPP é superior nos homens comparativamente com as mulheres no que ao teste imunológico de despiste de sangue oculto diz respeito quando o usamos para despiste de cancro colorrectal, adenoma de alto risco ou DII. Já o VPN é semelhante entre homens e mulheres. Esta diferença de VPP e VPN entre os sexos é relevante apenas em doentes assintomáticos pois em doentes com sintomatologia já não tem grande significado dado estes doentes serem submetidas a outros testes e exames.

Doseamento de calprotectina fecal é um teste que para um cut-off de 50 μg/g praticamente tem um VPN de 100% nas situações de DII mas para o cancro colorrectal falha em cerca de 20% dos casos. A utilização de teste imunológico de sangue fecal e calprotectina fecal, simultâneamente, aumenta a sensibilidade do teste.

Testes fecais não invasivos, nomeadamente teste imunológico do sangue fecal e calprotectina fecal, proporcionam dados de ausência de doença intestinal apreciáveis. O teste imunológico do sangue fecal é superior ao da calprotectina fecal no despiste de cancro colorrectal e adenoma de alto risco e proporciona com objectividade a necessidade ou não e a urgência de outras investigações subsequentes e tratamento do cancro colorrectal. 

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