Monitorização
de diabéticos: um procedimento superior do que a Hgb A1
Hemoglobina A1c ( Hgb A1c ) foi
estabelecido como o padrão ouro no diagnóstico e monitorização da
diabetes. Este conceito, actualmente, tem sido questionado cada vez
mais.
Hgb A1c é uma medição da
glicose ligada à hemoglobina eritrocitária, de forma irreversível,
e como tal é uma média da glicose eritrocitária durante todo o
tempo da sua vida.
A população eritrocitária é
composta por eritrócitos de diferentes idades, em que os glóbulos
vermelhos mais senis tiveram já oportunidade de se tornarem mais
glicosilados do que os eritrócitos mais jovens. Uma vez que a
semi-vida das células vermelhas do sangue em causa é de cerca de
100 dias, Hgb A1c é assim uma determinação da glicemia nos 2-3
meses anteriores à determinação analítica e não reflete um
perfil glicémico global.
Verifica-se que a Hbg A1c não é
uma medição perfeita: enquanto Hgb A1c permite um muito melhor
manuseamento da doença, há, por outro lado, uma variação
surpreendentemente grande da Hbg A1c em grupos de doentes com
similares glicemias determinadas por outros métodos analíticos.
Uma determinação personalizada
pode ajudar na redução de erros da avaliação da glicemia de 15
mg/dl para menos de 5 mg/dl, o que pode significar a diferença entre
um não diabético e um diabético com controlo sub-óptimo com as
consequentes complicações a longo termo. Um erro de 28.7 mg/dl é
equivalente a um erro de aproximadamente 1% de Hgb A1c.
Modelo recentemente proposto,
utilizando 3 variáveis, nomeadamente Hgb A1c, glicémia média e
idade média dos eritrócitos do doente, pode reduzir em cerca de 50%
o erro da glicemia média determinada.
Para todos e cada um dos
doentes, a idade média dos eritrócitos é suficientemente estável
para este modelo proposto assegurar um aumento significativo na
acuidade da determinação. Este modelo mostrou-se teoricamente
sensível a variações de 2-3 mg/dl na glicemia média do doente.
Este modelo é capaz de
optimizar a monitorização da glicose entre determinações e
controlos para variações específicas do doente em factores não
glicémicos que interferem com a Hgb A1c.
Este modelo de monitorização é mais simples para o doente atingir os seus objectivos de controlo de
glicemia e desta forma de reduzir as complicações a curto e longo
prazo da diabetes.
A variabilidade da glicemia nos
indivíduos ao longo do dia, tem sido considerada como um factor
importante que afecta o controlo da glicemia com períodos de
glicemia intra-diários que oscilam de hipoglicemias, picos
pos-prandeais e flutuações da glicemia . Esta variabilidade da
glicemia, afecta tanto de forma macrovascular como microvascular e
pode explicar algumas crises observadas com certas estratégias em
ensaios clínicos realizados não explicadas pela Hgb A1c.
Considera-se actualmente que a
Hgb A1c foi o primeiro marcador do manuseamento da diabetes, tendo
importantes limitações, e é apenas capaz de assegurar um controlo
simplificado da glicemia.
Os dados aportados pelo
doseamento da Hgb A1c, embora importantes, são incompletos dado ser
incapaz de explicar as graves complicações da diabetes como
nefropatia, retinopatia ou outras.
Evidências actuais suportam a
hipótese de que as flutuações da glicemia são perigosas e devem
ser o alvo primário do tratamento.
Verificou-se que, em diabéticos,
factores de risco como a Hgb A1c e glicemia elevadas mostram mais
forte associação com risco cardiovascular do que a variabilidade da
glicemia ou a glicemia pos-prandeal. Foi mesmo, em estudo realizado,
falhada a confirmação da hipótese de que a variabilidade da glicemia
reduzida diminuía o risco de complicações.
A determinação da Hgb A1c pode sofrer interferências, nomeadamente:
- presença de variantes genéticas de hemoglobina, como as hemoglobinas S e C, podem causar interferência no doseamento da hemoglobina A1c, causando valores falsamente baixos ou altos; de referir que esta interferência apenas se verifica em doentes heterozigóticos pois nos homozigóticos a quantidade de Hgb A é praticamente zero; nestas condições deverá ser utilizado um método alternativo como a albumina glicada ou a frutosamina
- valores falsamente baixos de Hgb A1c podem verificar-se em doentes com anemia hemolítica ou hemorragia
- elevadas concentrações de vitamina C ou E podem levar a resultados falsamente baixo dado inibirem o processo da glicação da hemoglobina
- valores falsamente elevadas de Hgb A1c podem ocorrer nos casos de anemia ferropénica, falta de vitamina B12 ou de ácido fólico por serem situações de aumento da semivida eritrocitária
- resultados falsamente elevados podem ocorrer em situações de presença de hemoglobinas modificadas quimicamente como a hemoglobina carbamilada associada à uremia e a hemoglobina acetilada que se forma pela sobredosagem de salicilatos
- Hgb A1c pode estar falsamente elevada em situação de hipertrigliceridemia, hiperbilirrubinemia, alcoolismo crónico ou uso crónico de opiáceos
- a fracção lábil da Hgb A1c, ou pré-A1c, é um interferente na dosagem da Hgb A1c
A determinação da Hgb A1c pode sofrer interferências, nomeadamente:
- presença de variantes genéticas de hemoglobina, como as hemoglobinas S e C, podem causar interferência no doseamento da hemoglobina A1c, causando valores falsamente baixos ou altos; de referir que esta interferência apenas se verifica em doentes heterozigóticos pois nos homozigóticos a quantidade de Hgb A é praticamente zero; nestas condições deverá ser utilizado um método alternativo como a albumina glicada ou a frutosamina
- valores falsamente baixos de Hgb A1c podem verificar-se em doentes com anemia hemolítica ou hemorragia
- elevadas concentrações de vitamina C ou E podem levar a resultados falsamente baixo dado inibirem o processo da glicação da hemoglobina
- valores falsamente elevadas de Hgb A1c podem ocorrer nos casos de anemia ferropénica, falta de vitamina B12 ou de ácido fólico por serem situações de aumento da semivida eritrocitária
- resultados falsamente elevados podem ocorrer em situações de presença de hemoglobinas modificadas quimicamente como a hemoglobina carbamilada associada à uremia e a hemoglobina acetilada que se forma pela sobredosagem de salicilatos
- Hgb A1c pode estar falsamente elevada em situação de hipertrigliceridemia, hiperbilirrubinemia, alcoolismo crónico ou uso crónico de opiáceos
- a fracção lábil da Hgb A1c, ou pré-A1c, é um interferente na dosagem da Hgb A1c
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