Monitorização
proactiva da terapêutica com infliximab
A monitorização das drogas
usadas nas terapêuticas é uma arma poderosa para a melhoria da
clínica dos doentes e optimizar os cuidados de saúde.
A monitorização do infliximab
actualmente é realizada fundamentalmente por métodos ELISA.
Foi feito um estudo comparativo
entre determinações por métodos ELISA e um método point-of-care,
e verificou-se que este método pode com satisfação substituir
aqueles métodos mais trabalhosos e demorados com resultados
sobreponíveis na monitorização da terapêutica com infliximab. De
referir que enquanto os resultados obtidos pelos métodos ELISA ficam
disponíveis ao fim de cerca de 8 horas, o método point-of-care
fornece resultados ao final de cerca de 15 minutos, o que o torna um
método ideal para a actuação no ajustamento da dose.
Este método point-of-care
baseia-se numa técnica de imunoensaio de fluxo lateral em sandwich
que usa um α-TNF
revestido por marcador e um anticorpo altamente específico para
detectar infliximab numa amostra de soro. Apresenta-se em cassetes.
Infliximab é uma droga
anti-αTNF
usada nas DII, sendo uma IgG1 monoclonal quimérica composta por uma
região variável murina ( 25 % ) e uma região constante humana ( 75
% ). O infliximab tem acção de hiporregular citoquinas
pró-inflamatórias locais e sistémicas, induzir a apoptose das
células T e reduzir a migração para o foco inflamatório de
leucócitos e linfócitos.
10-30%
dos doentes com DII não respondem ao infliximab e 13% é a taxa
anual de doentes que deixam de responder ao infliximab, revelando-se
que muitos destes doentes que deixam de responder apresentam baixas
concentrações séricas do infliximab.
Concentrações
séricas de infliximab no intervalo compreendido entre 3 e 7 μg/ml
são aceites como estando na janela terapêutica óptima na fase de
manutenção.
Variação
interindividual da concentração sérica de infliximab pode ser
devida a múltiplos factores como a imunogenecidade da droga e
consequente formação de anticorpos anti-infliximab é amplamente
conhecido. Outros factores como IMC, albuminemia, género, hábitos
tabágicos e actividade ou duração da doença apresentam efeitos
sobre a farmacocinética e farmacodinâmica do infliximab e assim
interferem com a biodisponibilidade e concentração sérica da droga.
Importante
a monitorização terapêutica da droga para evitar ao máximo, por
um lado concentrações sub-terapêuticas, e por outro concentrações
mais altas do que as necessárias com as consequentes maiores
possibilidades de surgimento de efeitos laterais.
Estudo
realizado verificou a existência de uma boa correlação entre as
técnicas analíticas do point-of-care comparativamente com os
métodos ELISA empregues geralmente, apresentando coeficientes de
correlação em redor de 0.900 ou superior
A
maior vantagem do uso da técnica point-of-care comparativamente com
as técnicas clássicas é o obter-se o resultado ao fim de cerca de
15 minutos, em vez de cerca de 8 horas, permitindo ao clínico o
ajustar da dose de modo imediato e não apenas na infusão seguinte,
usualmente 8 semanas mais tarde.
Como
principal desvantagem da técnica point-of-care comparativamente com
os métodos ELISA utilizados pode-se dizer que estes são capazes de
determinar os anticorpos anti-infliximab simultaneamente enquanto que
o método point-of-care existente não o faz.
Podemos
concluir que a metodologia point-of-care existente é uma alternativa
válida e vantajosa comparativamente com as técnicas existentes no
doseamento da concentração sérica do infliximab.
Prezado Horácio,
ResponderEliminarQuando você se refere a taxa anual de 13% de pacientes que deixam de responder ao Infliximab, isto implica dizer que esse medicamento teria um prazo máximo de 9 - 10 anos para não ter mais efeito num paciente que consiga ter a melhor e mais longa resposta ao tratamento. Então esse seria o tempo máximo que essa droga beneficiaria um paciente? E nesse caso, findo esse prazo, obrigatoriamente o paciente deveria utilizar outra droga?
O pacientes que têm utilizado o Inflixmab ainda estão recorrendo à cirurgia para melhoria da doença, ou essa droga tem conseguido praticamente eliminar essa necessidade? Qual seria a taxa média de taxa de remissão de pacientes que utilizam essa dorga?
ResponderEliminarBoa tarde
EliminarA terapêutica com infliximab, bem como com outros mab's, tem diminuído de forma muito significativa a necessiadade de recorrer à cirúrgia. De referir que a cirúrgia que se emprega no tratamento da doença de Crohn não é sempre, nem sequer a maior parte das vezes, a colectomia.
Boa tarde
ResponderEliminarEsse tempo médio de 9-10 anos seria assim se não se ajustasse a dose e restante medicação, o que na prática não se verifica e por isso é que se tenta monitorizar, cada vez de forma mais precisa e rápida.