quarta-feira, fevereiro 24, 2021

Proteína sTREM-1 como marcador da evolução e gravidade de Covid 19

 

Proteína sTREM-1 como marcador da evolução e gravidade de Covid 19



Descobriu-se que nos doentes com Covid 19 circula no sangue uma proteína que serve de marcador biológico da gravidade da inflamação por Sars CoV 2.

A tomada de decisões terapêuticas pode ser muito auxiliada pela taxa da proteína sTREM-1 logo desde os primeiros sintomas da doença, sendo também um óptimo monitorizador do prognóstico da infecção tanto na evolução como no desfecho.

A resposta inflamatória, dos doentes com Covid 19, apresenta uma muito grande variação e o monitorização da proteína sTREM-1, que pode ser feita por imunoensaio, auxilia grandemente no tratamento destes doentes, sendo que uma subida da concentração sérica de sTREM-1 é acompanhada de agravamento da doença.

A proteína sTREM-1, encontra-se na membrana dos macrófagos, monócitos, neutrófilos e outras células de defesa imunológica inata, defesa esta que entra em acção logo que um agente patogénico é detectado no organismo. A proteína sTREM-1 é um receptor de membrana que quando activado origina uma libertação de sinais celulares que avisam a ocorrência duma inflamação. A mesma proteína na sua forma solúvel circulante é designada de sTREM-1.

Desconhece-se ainda a função da proteína circulante mas há correlação positiva entre a mortalidade destes doentes com sépsis e níveis elevados da proteína sTREM-1

Estratificaram-se estes doentes baseando-se no nível de sTREM-1 em 4 grupos: leves, moderados, graves e críticos. Verifica-se forte correlação entre os níveis séricos da proteína e o agravamento da doença. Os valores de sTREM-1 nos doentes com Covid 19 aumentam significativamente conforme a gravidade. A variação da concentração sérica de sTREM-1 indica activação da resposta imune contra a infecção por Sars CoV 2.


Vários marcadores da infecção de Covid 19 foram descritos como sejam a linfopenia ( maior gravidade ), neutrofilia e aumento das citoquinas IL-6 e IL-10 ( biomarcadores inflamatórios ) ou aumento de d-dímeros ( relacionado à coagulação ) e de PCR ( marcador inflamatório geral ). Nenhum destes marcadores é tão válido como a sTREM-1.


Ponto de não retorno

Esta situação confirma a hipótese de que a monitorização da sTREM-1 é de fundamental importância para o tratamento precoce ser bem sucedido.

Doentes tratados com anti-inflamatórios corticóides apresentam estabilidade ou mesmo leve queda da concentração sérica da proteína. Verifica-se que a partir de certo ponto de tratamento, independentemente da concentração de sTREM-1 não tenha subido no soro, isso não se repercute na recuperação do doente.

A recuperação dos doentes só foi um reflexo do controlo das concentrações séricas da sTREM-1 quando a taxa inicial não é elevada. Os estudos demonstram que os efeitos dos corticóides em doentes graves é dependente da dose adequada bem como ao uso de medicamento no timing correcto da evolução da doença. Caso o timing seja ultrapassado e a inflamação torna-se muito grave e é ultrapassado o ponto de não retorno sendo ineficazes os tratamentos e vindo a ocorrer a morte do doente. Não se tendo atingido o ponto de não retorno, o doente muito provavelmente recuperará.



STREM-1 é um marcador sérico para doentes com sépsis severa

sTREM-1: triggering receptor expressed by myeloid cells 1

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