terça-feira, fevereiro 18, 2025

Vitamina B12 e suas formas activas

 Vitamina B12 e suas formas activas


Fale de vitamina B12 activa e qual a diferença entre vitamina B12 e vitamina B12 activa?


A vitamina B12 ativa é uma forma da vitamina B12 que está pronta para ser usada pelo corpo. A vitamina B12, também conhecida como cobalamina, é essencial para a formação de glóbulos vermelhos, saúde do sistema nervoso e síntese de ADN. A forma ativa mais comum da vitamina B12 é a metilcobalamina, que é facilmente utilizada pelo organismo sem necessidade de conversão.


A vitamina B12, também conhecida como cobalamina, é uma vitamina essencial para várias funções no corpo humano, incluindo a formação de glóbulos vermelhos, manutenção do sistema nervoso e síntese de ADN. No entanto, a vitamina B12 que obtemos através da dieta ou suplementos pode estar em várias formas, sendo que nem todas são imediatamente utilizáveis pelo corpo.

A vitamina B12 ativa refere-se às formas da vitamina que o corpo pode usar diretamente, sem necessidade de conversão adicional. As formas ativas mais comuns são a metilcobalamina e a adenosilcobalamina. Estas são as formas que o organismo pode utilizar prontamente para desempenhar as suas funções biológicas.

Por outro lado, formas como a cianocobalamina ou a hidroxocobalamina precisam ser convertidas em metilcobalamina ou adenosilcobalamina no corpo para se tornarem ativas.

Portanto, quando se fala em vitamina B12 ativa, refere-se às formas que estão prontas para uso imediato pelo organismo. 


Quais as formas existentes de vitamina b12 para além da metilcobalamina e adenosicobalamina?

Além da metilcobalamina e da adenosilcobalamina, existem outras formas de vitamina B12 que são comuns em suplementos e alimentos fortificados. Aqui estão elas:


Cianocobalamina: Esta é uma forma sintética de vitamina B12 frequentemente encontrada em suplementos vitamínicos e alimentos fortificados. É estável e tem uma longa vida útil, mas precisa ser convertida em metilcobalamina ou adenosilcobalamina no corpo para se tornar ativa.


Hidroxocobalamina: Esta forma é frequentemente utilizada em injeções de B12, especialmente em contextos médicos para tratar deficiências. É uma forma natural de B12 produzida por bactérias e é convertida em formas ativas no corpo.


Cada uma dessas formas tem as suas próprias características e utilizações, mas todas acabam por ser convertidas nas formas ativas que o corpo pode usar. 


Quais as formas activas mais utilizadas no tratamento neurológico como por exemplo no tratamento de hérnias discais?


No tratamento neurológico, especialmente em condições como hérnias discais, a metilcobalamina é a forma ativa de vitamina B12 mais utilizada. Isto porque a metilcobalamina desempenha um papel crucial na saúde do sistema nervoso. Ela ajuda na regeneração dos nervos e na manutenção da bainha de mielina, que é essencial para a condução adequada dos impulsos nervosos.

A suplementação com metilcobalamina pode ser benéfica para aliviar sintomas neurológicos associados a condições como a neuropatia, que pode ocorrer em casos de hérnias discais. A sua capacidade de apoiar a regeneração nervosa torna-a uma escolha popular em contextos neurológicos.



Quais as principais finalidades do uso das várias vitaminas b12 activas e quais as utilizadas em situação de patologia oncológica?


As várias formas ativas de vitamina B12, como a metilcobalamina e a adenosilcobalamina, têm funções específicas no organismo:


Metilcobalamina: Está envolvida na síntese de metionina a partir de homocisteína, um processo crucial para a produção de ADN e para a saúde do sistema nervoso. É frequentemente utilizada em condições neurológicas devido à sua capacidade de suportar a regeneração nervosa e a manutenção da bainha de mielina.


Adenosilcobalamina: Esta forma atua principalmente nas mitocôndrias, desempenhando um papel na produção de energia e no metabolismo dos ácidos gordos e aminoácidos. É essencial para a saúde celular e energética.



No contexto de patologias oncológicas, a suplementação de vitamina B12 deve ser cuidadosamente considerada. Embora a vitamina B12 seja crucial para a saúde geral, incluindo a função imunológica e a produção de glóbulos vermelhos, o seu uso em oncologia deve ser avaliado individualmente. Não há uma forma específica de B12 que seja amplamente utilizada como tratamento direto para o cancro. No entanto, a B12 pode ser parte de um regime de suporte nutricional para pacientes oncológicos, especialmente se houver deficiências nutricionais.


E no tratamento hematológico e nomeadamente no combate a macrocitose visto o déficit de vitamina b12 ser uma causa de macrocitose?


No contexto hematológico, a vitamina B12 desempenha um papel crucial na produção de glóbulos vermelhos saudáveis. A deficiência de vitamina B12 pode levar a macrocitose, que é caracterizada por glóbulos vermelhos maiores do que o normal, e pode evoluir para anemia megaloblástica.

No tratamento de condições hematológicas como a macrocitose, a reposição de vitamina B12 é essencial. A forma ativa mais utilizada é a metilcobalamina, devido à sua eficácia na correção de deficiências e suporte à produção adequada de glóbulos vermelhos. A suplementação pode ser feita por via oral ou, em casos mais graves, por injeções intramusculares para garantir uma absorção eficaz.


A macrocitose é uma condição em que os glóbulos vermelhos são maiores do que o normal, e pode ser um sinal de anemia megaloblástica, muitas vezes causada por deficiências de vitamina B12 ou folato. A vitamina B12 é essencial para a síntese do ADN e para a divisão celular adequada, processos vitais na produção de glóbulos vermelhos.

No tratamento da macrocitose relacionada com a deficiência de vitamina B12, a suplementação é fundamental. A metilcobalamina é frequentemente a forma preferida para corrigir essa deficiência, devido à sua eficácia e facilidade de utilização pelo organismo. A administração pode ser feita por via oral ou injetável, dependendo da gravidade da deficiência e da capacidade de absorção do paciente.

Corrigir a deficiência de vitamina B12 pode ajudar a normalizar o tamanho dos glóbulos vermelhos e melhorar os sintomas associados à anemia megaloblástica.


Quais os valores de concentração sericos cut-off para a vitamina b12 e para cada vitamina b12 activa ?


Os valores de referência para os níveis séricos de vitamina B12 podem variar ligeiramente entre laboratórios, mas, de uma forma geral, considera-se que:


Deficiência de vitamina B12: Níveis abaixo de 200 pg/mL (picogramas por mililitro) são geralmente indicativos de deficiência.

Níveis normais: Entre 200 e 900 pg/mL. No entanto, alguns especialistas sugerem que níveis abaixo de 300 pg/mL podem ainda estar associados a sintomas de deficiência em algumas pessoas.


No que diz respeito às formas ativas de vitamina B12, como metilcobalamina e adenosilcobalamina, os testes de rotina não costumam medir diretamente essas formas específicas. Em vez disso, medem o total de vitamina B12 no soro. No entanto, em alguns casos, pode-se avaliar o ácido metilmalónico (MMA) e a homocisteína, que podem ser elevados em casos de deficiência funcional de B12, mesmo quando os níveis séricos de B12 estão dentro do intervalo normal.


Se não se determinam as concentrações derivas de vitamina b12 activas como se pode concluir que há baixa de uma das vitaminas b12 activas?


A avaliação da deficiência de vitamina B12 ativa, como a metilcobalamina, não é feita diretamente através da medição dessas formas específicas no sangue. Em vez disso, são utilizados marcadores indiretos que ajudam a avaliar a função da vitamina B12 no organismo. Aqui estão algumas abordagens comuns:


Ácido Metilmalónico (MMA): Quando a vitamina B12 é insuficiente, os níveis de MMA no sangue e na urina tendem a aumentar. Isso porque a B12 é necessária para converter o MMA em succinil-CoA, e sem B12 suficiente, o MMA acumula-se.


Homocisteína: A vitamina B12 é necessária para converter homocisteína em metionina. Sem B12 suficiente, a homocisteína pode acumular-se no sangue. No entanto, níveis elevados de homocisteína podem também ser causados por deficiências de folato ou vitamina B6, por isso, este marcador não é específico apenas para a B12.


Holotranscobalamina: Esta é a forma de vitamina B12 ligada à transcobalamina, a proteína que transporta a B12 ativa para as células. Embora menos comum, a medição de holotranscobalamina pode fornecer uma indicação mais direta da disponibilidade de B12 ativa no organismo.

Ao combinar a medição dos níveis séricos de vitamina B12 com estes marcadores funcionais, é possível obter uma imagem mais precisa do estado da B12 no corpo e identificar deficiências funcionais, mesmo quando os níveis séricos totais de B12 parecem normais.



A homocisteina pode aumentar por mutação nos genes 5MTHFR, MS ou CbetaS. Num doente com uma destas mutações como se pode usar o doseamento de homocisteina para deduzir um déficit de vitamina b12 activa? Ou não pode ser usada essa determinação ?

As mutações nos genes MTHFR, MS e CBS podem afetar o metabolismo da homocisteína, complicando a interpretação dos seus níveis como um marcador isolado para deficiência de vitamina B12 ativa.


MTHFR (Metilenotetrahidrofolato Redutase): As mutações neste gene podem levar a níveis elevados de homocisteína, independentemente do status de vitamina B12, devido à redução na conversão de homocisteína em metionina.


MS (Metionina Sintase): Este gene codifica uma enzima que requer vitamina B12 como cofator para converter homocisteína em metionina. Mutações podem afetar este processo, mas se a deficiência de B12 for a causa subjacente, a suplementação pode ajudar a melhorar os níveis de homocisteína.


CBS (Cistationina Beta-Sintase): Mutações aqui podem levar a uma rota alternativa de metabolização da homocisteína, resultando em níveis elevados que não estão diretamente relacionados com a vitamina B12.



Dado que mutações nesses genes podem causar elevações na homocisteína por razões independentes da vitamina B12, o uso isolado da homocisteína como marcador de deficiência de B12 ativa pode não ser confiável nesses casos. É importante considerar outros marcadores, como o ácido metilmalónico (MMA), que é mais específico para a deficiência de B12, já que não é afetado pelas mutações nos genes MTHFR, MS ou CBS.

Portanto, em pacientes com essas mutações, a combinação de MMA e homocisteína, juntamente com a avaliação clínica e possivelmente a medição de holotranscobalamina, pode proporcionar uma visão mais completa do status da vitamina B12 ativa.

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