Extracto
polifenol de chá verde
O
chá verde é derivado das folhas da planta denominada Camellia
sinensis. É uma planta
termogénica por excelência, que aumenta o metabolismo do organismo,
permitindo que queime mais gordura quer em repouso quer em actividade
física. Estimula também o SNC, facto que permite obter mais
energia.
O extracto de chá
verde é um bioflavonóide, potente no combate aos radicais livres. O
chá verde contem um alto teor de polifenóis, uma classe de
bioflavonóides. O extracto de chá verde apresenta um anti-oxidante
potente, o galato de epigalocatequina ( GEGC ), cerca de 200 vezes
mais potente que a vitamina E na função de neutralizador dos
pró-oxidantes e radicais livres que atacam os lípidos cerebrais. O
GEGC protege contra as infecções digestivas e respiratórias, ajuda
a bloquear certos cancros promovendo acções anticancerígenas, tem
propriedades para diminuir o colesterol total e o LDL subindo o HDL,
e tem propriedades bacteriostácticas por bloquear a fixação de
certas bactérias associadas às cáries dentárias. Os polifenóis
de chá verde são estáveis numa ampla faixa de pH. O extracto de
chá verde actua sobre o metabolismo das gorduras. Potente
anti-oxidante, pode ter utilidade na perda de gordura, actuando sem
aumentar a frequência cardíaca.
O chá verde é uma
substância rica em polifenóis, principalmente catequinas. A
principal, e mais abundante, catequina é a GEGC que possui potentes
propriedades bioquímicas e fisiológicas, dentre as quais se podem
destacar a estimulação do metabolismo lipídico pela combinação
da ingestão de catequinas e a prática de exercícios físicos
regulares.
O chá verde contem
componentes polifenólicos que incluem flavonóis, flavandióis,
flavonoides e ácidos fenólicos, que totalizam cerca de 30% do peso
das folhas. A maioria dos polifenóis do chá verde apresentam-se como flavonóis, predominando nestes as catequinas, sendo as
principais a epicatequina ( EC ), 3-galato da epicatequina ( GEC ), epigalocatequina ( EGC ) e 3-galato de epigalocatequina ( GEGC ).
Uma típica chávena
de chá, preparada com 1 g de folhas para 100 ml de água, contem
35-40 mg/100 ml de catequinas, a maioria das quais sendo o GEGC, e 6
mg/100 ml de cafeína.
Cerca de 50% das
catequinas são epimerizadas pelo tratamento térmico que o chá
sofre na sua confecção. A epimerização não altera
significativamente a actividade anti-oxidante, a absorpção nem o
metabolismo dos polifenóis do chá.
Normalmente os
níveis plasmáticos de polifenóis são baixos, apresentando-se em
concentrações micromolares, o que sugere que a ingestão deve ser
feita várias vezes ao dia, de forma fraccionada, para um efeito
benéfico à saúde.
Função
das catequinas no metabolismo lipídico
O extracto de chá
verde, contendo 25% de GEGC, reduz o apetite e aumenta o catabolismo
das gorduras, em doses de 240-320 mg/dia de polifenóis. O efeito
inibidor promovido pelo chá verde no ganho de gordura corporal
resultou, pelo menos em parte, da redução da digestibilidade e do
aumento da termogénese e do conteúdo proteico no tecido
adiposo castanho pela activação do β-adrenoreceptor.
Também os níveis séricos de leptina, insulina, IGF-I (
insulin-like groth factor I ) e LH diminuem pela acção do GEGC.
Esta diminuição hormonal pode dever-se a um efeito secundário na
ingestão alimentar.
GEGC também tem um
efeito positivo sobre a termogénese em células adiposas castanhas.
As catequinas do chá
verde promovem diminuição da gordura corporal e inibem o
crescimento de muitas células cancerosas in vitro, por
induzirem a apoptose. A GEGC tem a propriedade de inibir a
adipogénese e induzir a apoptose dos adipócitos, bem como inibe, de
modo dose dependente, o acúmulo de lípidos nos pré-adipócitos.
A ingestão de GEGC
inibe a peroxidação lipídica e promove alterações na
concentração de LDL modificada por malondialdeído ( LDL-MDA ), um
marcador para a doença cardiovascular aterosclerótica.
O chá verde possui
propriedades termogénicas e promove a oxidação da gordura. O chá
verde é rico em flavonóides e vários dos seus polifenóis, como as
catequinas e seus metabolitos, podem inibir a
catecol-o-metiltransferase ( COMT ) que é a enzima responsável pela
degradação da norepinefrina, reduzindo assim as suas concentrações
nas junções sinápticas e sua interacção com adrenorreceptores.
Devido ao importante papel do sistema nervoso simpático, e seu
neurotransmissor norepinefrina, no controlo da termogénese e na
oxidação da gordura, é compreensível que as catequinas, pela
inibição da COMT, levem a um aumento do efeito da norepinefrina,
potencializando a oxidação de gorduras pela activação da
termogénese.
Benefícios
do chá verde para a saúde
Os polifenóis do
chá verde apresentam efeito protector anti-hipertensivo em doentes
hipertensos, atenuando o desenvolvimento da hipertensão arterial,
provavelmente pelas propriedades anti-oxidantes das catequinas, uma
vez que o stress oxidativo, é sabido, estar envolvido na
hipertensão, bem como nas doenças cardiovasculares. O consumo de
chá verde leva à diminuição da tensão arterial pela acção dos
polifenóis, das catequinas e dos flavonóis, como eliminadores de
espécies reactivas de oxigénio e óxido nítrico, bem como
quelantes de metais de transição. Outro mecanismo regulador
associado à contracção do músculo liso é a
fosforilação/desfosforilação da cadeia leve da miosina e a
actividade da catalase, um varredor específico do peróxido de
hidrogéneo.
Independentemente do
processamento térmico, e consequente epimerização das catequinas,
estas impedem a hipertrigliceridemia pós-prandeal por diminuirem a
capacidade e velocidade da absorpção dos triglicerídeos no
intestino, pela inibição directa da lipase pancreática. A
hipertrigliceridemia pós-prandeal é um factor de risco para a
doença coronária, e os estudos sugerem que as catequinas podem
prevenir tal doença.
Também a absorpção
intestinal do colesterol e α-tocoferol
é diminuída pela acção das catequinas do chá verde.
Efeitos
adversos atribuídos ao chá verde
Efeitos adversos
podem incluir hepatopatias, obstipação, anorexia, insónia,
hiperactividade, nervosismo, hipertensão, taquicardia e irritação
gástrica. Altas doses de chá verde podem levar ao aparecimento de
palpitações, cefaleias e vertigens pela presença da cafeína no
chá verde.
O armazenamento do
chá verde por longo tempo não é recomendável pois leva à perda
dos compostos fenólicos.
O chá verde deve
ser consumido no intervalo das refeições para não interferir com a
biodisponibilidade de nutrientes provenientes das grandes refeições,
como é o caso do ferro.
O polifenol E,
substância presente no chá verde, parece atrasar a progressão do
cancro da próstata conforme se observou pela redução significativa
dos marcadores de progressão do cancro da próstata, nomeadamente o
HGF ( factor de crescimento do hepatócito ), VEGF ( factor de
crescimento vascular endotelial ) e PSA ( antigéneo específico da
próstata ), sendo os 2 primeiros marcadores indicativos de
metastização. Os resultados dos estudos mostraram redução
significativa que chegou a 30% de diminuição da concentração
desses marcadores.
Os polifenóis de
chá verde têm acção positiva na prevenção da redução da
densidade mineral óssea e cárie dentária.
A acção
anti-oxidante dos componentes do chá verde é mais potente do que a
da vitamina E, vitamina C, carotenos ou xantófilos. As catequinas do
chá verde também têm acção antiagregante plaquetária.
O chá verde tem uma
acção directa sobre as células gordas, inibindo a sua formação e
induzindo à destruição dos adipócitos por apoptose.
O chá verde
recupera as células envelhecidas da pele. Possui poder hidratante
superior ao da água.
O polifenol reactiva
as células da pele que estão morrendo, isso porque as células que
chegam à superfície da pele começam a trabalhar com um metabolismo
mais lento e se preparam para morrer, num processo que dura cerca de
um mês, até serem substituídas por outras. Quando o polifenol
actua sobre estas células epidérmicas, estas se reactivam,
fabricando adenina e produzindo maior energia.
O GEGC tem
propriedades capazes de inibir o crescimento de células
cancerígenas, pode matar células cancerosas induzindo-lhes a
apoptose sem prejudicar células saudáveis, pode reduzir os níveis
de LDL-colesterol impedindo a formação de coágulos sanguíneos e
limita os efeitos negativos do tabagismo e da gordura.
O chá verde pode
ter acção benéfica nas seguintes patologias ou situações
patológicas:
- cancro
- artrite reumatóide
- hipercolesterolémia
- doenças cardiovasculares
- infecções
- função imunitária diminuída
O chá verde tem as
seguintes propriedades:
- acelerador do metabolismo dos carbohidratos e lípidos
- favorece a redução dos níveis de colesterol, principalmente LDL, e triglicerídeos
- acção depurativa
- neutraliza os radicais livres, prevenindo o envelhecimento das células e alterações celulares
- acção desintoxicante, diurética, evitando a retenção de líquidos
- facilita a digestão
A ingestão
concomitante de chá verde com leite pode inibir os efeitos
anti-oxidantes dos componentes polifenóis, pelo que deve ser evitado
associar os 2 elementos.
O chá verde deve
ser evitado por grávidas, mulheres em aleitamento, crianças,
hipertensos, doentes com gastrite, doentes renais ou com glaucoma.
Quem já teve arritmias cardíacas deve evitar o consumo excessivo de
chá verde.
O chá verde é
constituído por:
- polifenóis: evitam a acção destruítivas das moléculas de radicais livres que degeneram as células auxiliando no combate ao envelhecimento e cancro
- taninos: que tem uma acção na redução dos LDL, fortalece as artérias e veias favorecendo a prevenção de doenças cardíacas e circulatórias
- bioflavonóides e catequinas: bloqueadores das alterações celulares que dão origem aos tumores; de referir que é atribuído aos flavonóides do chá ( todo o tipo de chá ) a possibilidade de fazer subir a concentração sérica do CA 19.9
O chá verde tem uma
importante acção sobre muitas outras patologias, nomeadamente tem a
capacidade de proteger a parede intestinal. Outras patologias em que
interfere são, por exemplo, controlar a diarreia, diminui o risco de
cáries dentárias e dor de dentes, emagrecimento, estomatites,
facilita a digestão, ajuda a broncodilatação, melhora a respiração
dos asmáticos, inibe a enzima associada ao desenvolvimento de
tumores do intestino, esófago, pulmão e pele, diminui o colesterol
total e o LDL aumentando o HDL, fortalece o coração, ajuda o
tratamento da gripe, previne a litíase biliar e renal, normaliza a
função tiroideia e regenera a pele e rins.
Estudos
caso-controlo prospectivos a longo prazo mostram uma associação
inversa entre o consumo de chá verde e o risco de cancro do cólon,
bexiga,estômago, esófago, pulmão, pâncreas, próstata e de
células escamosas. No entanto também foi descrito um aumento da
recorrência do cancro da mama. Ainda está descrita a acção de
atrasar o início de qualquer tipo de cancro pelo chá verde.
Os polifenóis do
chá verde previnem a metastização do cancro da próstata,
atingindo as vias moleculares que levam à proliferação e expansão
dos tumores celulares, bem como inibindo o crescimento dos vasos
sanguíneos que nutrem o tumor. Foi, na verdade, provado que os
polifenóis do chá verde têm um papel na modulação das vias
moleculares em células tumorais prostáticas induzidas pelo factor-1
do crescimento similar à insulina ( IGF-1 ). O consumo de chá
verde, e consequente polifenóis seus constituintes, diminui a
concentração de IGF-1, uma substância que se verifica estar
aumentada nos cancros de próstata, mama, pulmão e cólon.
A modulação dos
polifenóis de chá verde, das células de crescimento via eixo IGF-1
coincide com a produção limitada ou fosforilação de proteínas
chave para a sobrevivência de células, incluindo PI3K, Akt e Erk½.
A via molecular PI3K nas células, a qual inclui Akt e Erk½,
tem acção na promoção de sobrevivência celular, ao contrário da
morte celular programada, também chamada de apoptose.
Os polifenóis de
chá verde também reduzem a expressão de proteínas conhecidas por
se associarem a metástases das células cancerígenas..
Os polifenóis
inibem os níveis de activadores de plasminogénio de urocinase,
assim como a matriz metaloproteinase 2 e 9, moléculas celulares
ligadas à metastização.
Também os
polifenóis minimizam o crescimento tumoral pelo controlo do factor
de crescimento endotelial vascular ( VEGF ). Esta redução pode ser
resultado da supressão induzida pelos polifenóis sobre a IGF-1.
A angiogénese
tumoral é prejudicada pela diminuição do VEGF que assim não
produz novos vasos de nutrição ao tumor. É excepção a este facto do crescimento tumoral ser facilitado pela VEGF o colangiocarcinoma que sendo um tumor maligno não apresenta correlação com o VEGF.
A GEGC tem propriedades anticarcinogénicas ( prevenção do cancro pela
promoção ), anti-mutagénico ( não causar mutações genéticas )
e anti-reactiva ( bloqueio da interacção de promotores de tumor com
seus receptores ).
As catequinas de chá
verde, e principalmente o GEGC, apresentam os seguintes benefícios
comprovados por diversos estudos bem orientados:
- podem interromper o crescimento das células cancerígenas, ao mesmo tempo que protegem as células saudáveis
- reforçam o sistema imunitário
- evitam o aumento do colesterol total e LDL
- pode evitar o envelhecimento precoce potenciado pela acção dos radicais livres.
O extracto de chá
verde pode suprimir o crescimento de Helicobacter pylori,
tanto in vitro como in vivo. Um estudo sugere que um
polissacarídeo ácido do chá verde é significativamente eficaz na
prevenção da adesão do H. pylori a células epiteliais
humanas em cultura.
O fígado é o principal local da metabolização dos polifenóis, sendo os metabolitos secretados na bilis ( ciclo entero-hepático ) e urina.
Os flavonóides são
quelantes do ferro. Pela acção anti-oxidativa dos lípidos
celulares, protegem as membranas e mantêm a sua fluidez. Os
polifenóis, por inibirem a peroxidação de lípidos do cristalino,
têm acção protectora contra a formação de cataratas.
A protecção
anti-oxidante é dada pela captura directa dos radicais livres,
redução da actividade das enzimas oxidativas, diminuição da
concentração de lípidos peroxidados no plasma e quelação de
moléculas de cobre e ferro. A função protectora dos polifenóis
contra a oxidação também se estende ao DNA celular, permitindo
alterações genómicas e mutações responsáveis pela
carcinogénese. Também foi evidenciada a capacidade de estimular a
reparação do DNA secundária a uma agressão oxidante
potencialmente mutagénica.
Os polifenóis do
chá verde actuam contra a enzima quinol-oxidase, enzima esta que
estimula o crescimento de células cancerosas do intestino, esófago,
pulmão, mama e pele. Os polifenóis também ajudam a proteger as
células saudáveis.
Os polifenóis
limitam a formação e desenvolvimento de cancros pelos seguintes
mecanismos:
- inibição da formação de carcinogéneos a partir de pró-carcinogéneos
- contribuição da conjugação e diminuição de carcinogéneos
- formação de complexos inactivos com alguns carcinogéneos
- reparação do DNA danificado por mutagéneos oxidantes
As propriedades
estrogénicas de alguns polifenóis podem limitar o desenvolvimento
de cancros hormono-dependentes, como é o caso do cancro da mama.
Os polifenóis
apresentam um efeito bifidogénico sobre a flora intestinal nos seres
humanos, estimulando o desenvolvimento da flora benéfica e
diminuindo a proliferação de bactérias patogénicas, como os
clostrídios.
A GEGC tem
capacidade de inibição da formação de coágulos sanguíneos.
Os polifenóis
reduzem o risco de adesão de placas de gordura aos vasos sanguíneos,
contribuindo para a prevenção da aterosclerose. Têm também efeito
anticoagulante. Por estas 2 acções, protegem das doenças
cardíacas.
O chá verde, pelos
seus polifenóis, tem forte acção anti-inflamatória no tubo
digestivo. A maioria dos efeitos colaterais do chá verde devem-se à
cafeína. Medicações alcalinas, como os antiácidos, podem ter a
sua absorpção retardada pela presença dos taninos do chá verde.
O chá verde é rico
em flavonóides, que são compostos essenciais na absorpção e
metabolismo do ácido ascórbico ( vitamina C ) e aumentam a
resistência capilar ( acção vasoprotectora ). Os polifenóis do
chá verde são potentes anti-oxidantes. Tem também acção
anti-diarreica pela acção das taninas existentes.
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