Selénio
O selénio é um elemento químico, cujo símbolo químico é Se, com um número atómico 34 e uma massa atómica de 78 u.m.a. Em condições normais de temperatura e pressão encontra-se no estado sólido. É um não metal do grupo dos calcogénios do Quadro Periódico dos Elementos .
O selénio é um elemento com importante acção anti-oxidante, recomendando-se a sua ingestão diária em doses de 55 μg para o adulto.
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A deficiência de selénio deve-se a uma dieta pobre, baseada em alimentos industrializados e refinados. Estes procedimentos industrializados provocam uma perda significativa do selénio presente nos alimentos. Os sintomas devidos à baixa concentração sérica do selénio são, entre outros, mialgias, fadiga e fraqueza musculares e manchas brancas nas unhas.
Grãos são boas fontes de selénio, dependendo a sua concentração da existente no solo onde crescem. A castanha do Pará é um dos alimentos mais ricos em selénio existentes.
O selénio é um elemento que participa da formação de enzimas com acção antioxidante. Tem também a característica de melhorar a utilização da vitamina E, importante na neutralização de radicais livres. Desta forma, o selénio tem a capacidade de retardar o envelhecimento e previne doenças cardiovasculares.
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Na deficiència de selénio verifica-se maior produção de substâncias pró-inflamatórias, enfraquecendo o sistema imunológico.
O selénio combate o aparecimento de gripe, infecção e viroses.
O consumo adequado de selénio, iodo e zinco está relacionado com o bom funcionamento da tiróide. A deficiência de selénio pode reduzir a conversão de T4 em T3, que é a forma mais activa da hormona tiroideia. A deficiência de selénio pode ter acção no aumento do risco de desenvolvimento do cancro de pulmão, próstata e ovário. Risco diminuído do cancro intestinal, próstata, ovário e algumas leucemias relaciona-se com uma ingestão adequada, sendo ainda mais importante em pessoas com história familiar de cancros.
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O selénio tem acção sobre o funcionamento hepático, na eliminação das toxinas e na eliminação de metais pesados, como o mercúrio e cádmio, que estão envolvidos em doenças degenerativas como a doença de Alzheimer.
O excesso de selénio também é prejudicial, como acontece com a generalidade dos elementos. Este excesso pode provocar fragilidade e perda de cabelo e unhas. Também artrites, cansaço, disfunção renal, desconforto muscular e tonalidade amarelada da pele podem aparecer nos casos de excesso de selénio sérico.
Não há evidência de que a suplementação de selénio seja necessária para todas as pessoas. Inclusive, foi demonstrado que o consumo exagerado de selénio pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo II.
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O selénio é um elemento natural e vital para a saúde. Baixos níveis séricos de selénio associam-se a maior risco de morte e alteração da função cerebral e imunológica. A dose diária recomendável é geralmente atingida com a alimentação normal, sendo essa dose de 55 μg/dia para os adultos, 60 μg/dia para as grávidas e 70 μg/dia para as mulheres em amamentação. A dose máxima tolerável é de 400 μg/dia . Selenosis é uma condição patológica provocada pela intoxicação com selénio e que se manifesta por desconforto gastro-intestinal, perda de cabelo, unhas com manchas brancas, halitose, fadiga, irritabilidade e leve dano a nível dos nervos.
Consumos elevados de selénio, tanto quanto 200 μg/dia durante 8 anos, aumentam o risco de desenvolver diabetes tipo II. Em níveis elevados, o selénio interfere na capacidade do organismo utilizar a insulina adequadamente.
O selénio deve unicamente ser suplementado a quem tem deficiência do elemento. Nestas situações, o suplemento de selénio melhora a função imunológica, a actividade cerebral e a fertilidade, ajuda a prevenir certos tipos de cancro, doenças cardiovasculares e AVC. Também tem sido verificado que o combate a infecções e viroses é beneficiado pela suplementação de selénio.
Problemas de infertilidade masculina são combatidos com a suplementação de selénio, por este melhorar a qualidade dos espermatozóides. Doenças da tiroide também beneficiam da suplementação de selénio. Infertilidade feminina, infecções, alterações do crescimento e insuficiência pancreática também se associam ao deficit de selénio. Tem ainda importância na prevenção de abortos expontâneos.
O selénio é um elemento essencial para a maioria das formas de vida. O dióxido de selénio é um catalizador da oxidação, hidrogenação e desidrogenação de compostos orgânicos. Como antioxidante, ajuda a neutralização de radicais livres, e estimula o sistema imunológico e o funcionamento da tiroide.
Encontra-se o selénio no aminoácido selenocisteína. Doses de 200 μg diárias, reduzem em 63% dos casos tumores da próstata e 58% dos cancros colorretais. Também tem acção na prevenção de tumores do ovário, colo do útero, reto, bexiga, esófago, pâncreas, fígado e certas leucemias. Ainda tem acção sobre cancros da pele que não sejam melanomas, pois verifica-se que este tipo de cancros cutâneos são significativamente mais frequentes em doentes com baixo selénio sérico.
Dado que o selénio diminui a viscosidade sanguínea, e assim diminui o risco de formação de coágulos e ataque cardíaco e derrame, o selénio tem acção importante na prevenção de doenças cardiovasculares. O selénio tem acção sobre o colesterol, aumentando o HDL e diminuindo o LDL.
A deficiência de selénio, situação muito rara, pode ocorrer em doentes com disfunção intestinal severa ou fazendo alimentação parentérica total, bem como em populações que vivem em áreas muito pobres em selénio ou em doentes com fibrose cística.
O selénio é encontrado na crostra terrestre, e no organismo humano é exclusivamente proveniente da alimentação e armazena-se no fígado, músculos, coração e outros tecidos.
O selénio, como componente da enzima glutatião peroxidase, tem função antioxidante, actua conjuntamente com a vitamina E protegendo as membranas celulares dos danos provocados pelos radicais livres.
Alimentos vegetais são os principais aportadores de selénio na dieta. A quantidade de selénio do solo varia com a região do globo onde as plantas crescem, e essa determina a quantidade de selénio existente nos alimentos de plantas ingeridas.
Doença de Keshan, uma patologia provocada pela baixa de ingestão de selénio e com repercursões a nível cardíaco, é desencadeada quando a ingestão de selénio é de menos de 19 μg/dia no homem e 13 μg/dia na mulher.
Alterações graves gastrointestinais também podem levar a insuficiência de selénio por este não ser absorvido. É o que pode acontecer na doença de Crohn.
O suplemento de selénio não deve ser feito universalmente. No entanto, doentes em alimentação parentérica total devem ser suplementados com selénio. Também doentes com doença de Crohn, pela alteração da absorpção intestinal, podem ter necessidade de fazerem suplementação de selénio após o doseamento deste elemento no soro e ser verificada a baixa concentração sérica deste metal. Doentes que sofreram resseção de mais de metade dos seus intestinos devem fazer suplementação de selénio.
O efeito de doses de 200 μg/dia de selénio na regressão de tumores da pele não foi confirmado mas a mortalidade foi reduzida para metade.
O doseamento do selénio nas unhas permite verificar a concentração de selénio nos anos precedentes, pelo que nos dá um histórico da concentração de selénio melhor, no aspecto historial de concentrações séricas, do que o doseamento sérico do selénio que nos fornece apenas a concentração em dado momento.
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O selénio tem acção sobre o LDL-colesterol, diminuindo-o, e dessa forma ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e impede a doença das artérias coronárias.
O selénio, como antioxidante e combatendo os radicais livres, tem acção benéfica sobre doenças como a artrite reumatóide.
A deficiência de selénio nos doentes com SIDA, pode associar-se a um risco mais elevado de morte por esta doença, verificando-se que a progressão da doença é mais rápida nos doentes com baixa de selénio comparativamente com aqueles em que há concentração mais elevada de selénio sérico. Pensa-se que o papel importante do selénio no sistema imune, e como antioxidante, seja o responsável por esta acção nos doentes com SIDA.
O selénio é armazenado no organismo humano em quantidades de 10-15 mg, na sua maioria nos músculos, mas também no fígado, coração e rins. O selénio é absorvido no jejuno e excretado principalmente pela urina.
Boas fontes de selénio são de origem animal e proteínas vegetais. Particularmente rico em selénio são a carne, o peixe, grãos, frutos, legumes e cogumelos. É recomendável a ingestão de alimentos com alto teor de vitaminas A, C e D, pois estas vitaminas melhoram a absorpção do selénio. Os radicais livres, formados em quase todos os processos metabólicos, ajudam ao desenvolvimento de cancros e, dado que o selénio tem acção na remissão dos radicais livres, tem acção no combate ao cancro.
O selénio, para além da sua acção na remoção dos radicais livres, também protege o organismo de compostos tóxicos de metais pesados ( cádmio, chumbo, arsénio, mercúrio ) e radiações nocivas, tais como luz ultravioleta ou radiações de tratamento de cancro. O selénio aumenta a tolerância dos doentes aos tratamentos contra o cancro e aos efeitos laterais da radioterapia.
Há uma variabilidade sazonal das necessidades de selénio, sendo superiores as necessidades durante o Inverno.
A deficiência de selénio pode ser por falta de aporte, como sucede nos doentes alimentados por alimentação parenteral total, pessoas que ingerem apenas proteínas vegetais em zonas com solo pobre em selénio, abuso de álcool, idosos, aqueles com dietas desiquilibradas e doentes a fazerem diálise. Também pode haver deficiência de selénio por perdas aumentadas, como acontece em casos de diarreia prolongada, diabetes mellitus ou doença renal grave. Doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn ou colite ulcerosa, também podem levar a deficiência de selénio por absorpção reduzida.
Há uma correlação entre níveis de selénio baixos e hipertensão, dislipidémias e aparecimento de arteriosclerose.
A absorpção do selénio dos alimentos é prejudicada pela presença de zinco conjuntamente.
O selénio faz parte de uma série de proteínas vitais, as selenioproteínas, sendo agrupadas em 3 grandes grupos:
- peroxidases, com importante acção anti-inflamatória e de protecção das membranas celulares da acção dos radicais livres
- deiodinases, que participam na produção das hormonas da tiroide
- proteínas envolvidas na produção e reparação do DNA
Os solos europeus são, relativamente, pobres em selénio comparativamente com os da América, Canadá e certas regiões da China. O consumo de selénio tem vindo progressivamente a diminuir, também devido às comidas ingeridas serem cada vez mais refinadas. O consumo mais baixo de selénio pode repercurtir-se sobre a produção das selenioproteínas, que por sua vez pode afectar a reparação do DNA, reduzir as respostas imunitárias e anti-inflamatórias.
Actualmente, à excepção do cancro da próstata pelo facto de as selenioproteínas participarem na produção de testosterona e esta ser um importante regulador do crescimento normal da próstata, não se verifica o selénio, comprovadamente, diminuir o risco de cancro.
Os sintomas de deficiência de selénio, quadro todavia raro, podem justificar-se por uma falta de antioxidantes no fígado, coração e músculos, resultando na morte dos tecidos e disfunção dos órgãos.
Está provado que a actividade biológica do selénio orgânico é muito superior à do selénio inorgânico. Existem, no entanto, vários tipos de selénio orgânico, pelo que a situação quanto ao selénio, e sua actividade a nível do organismo humano, é confusa. O organismo absorve melhor o selénio sob a forma de l-selenometionina do que sob outra forma qualquer.
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