Zinco
sérico
O
zinco é um elemento químico, de símbolo Zn, com número atómico
30 e massa atómica 65.4 u.m.a., que se encontra no estado sólido à
temperatura ambiente.
O
zinco é essencial à vida, intervindo no metabolismo das proteínas
e ácidos nucleicos, estimula a actividade de mais de 300 enzimas, e
colabora no bom funcionamento do sistema imunológico, é necessário
à cicatrização dos ferimentos, intervém na percepção do sabor (
particularmente o salgado ) e olfacto e na síntese do DNA e RNA.
O
zinco apresenta-se praticamente apenas no estado de oxidação 2+.
Reage com ácidos não oxidantes libertando o hidrogénio e pode
dissolver-se em bases e ácido acético.
https://www.youtube.com/watch?v=flng04uJgZc
O
zinco é encontrado na insulina, nas proteínas dedo de zinco e em
diversas enzimas como a superóxido dismutase.
Alimentos
como as ostras, carne vermelha, aves, pescado, mariscos, favas e
nozes apresentam maior ou menor quantidade de zinco. A ingestão
diária recomendada de zinco é de cerca de 10 mg,
sendo para bebés, crianças e adolescentes essa dose menor dado
terem um peso corporal menor que o dos adultos, e algo maior nas
grávidas e mulheres em aleitamento.
Alimentos
fornecedores de zinco
Deficiência
de zinco pode causar atraso no crescimento, perda de cabelo,
diarreia, impotência sexual e imaturidade sexual nos adolescentes,
apatia, cansaço e depressão, lesões oculares e da pele inclusivé
acne, unhas quebradiças, amnésia, perda de apetite, perda de peso e
problemas de crescimento, aumento do tempo de cicatrização e
anomalias do olfacto.
A
diminuição da concentração do zinco pode ser devida a
insuficiente quantidade na dieta alimentar e dificuldade na absorpção
que pode ocorrer em alcoolismo, podendo também ser eliminado pela
urina ou excessiva eliminação por causas de alterações
digestivas.
O
excesso de zinco tem-se associado a baixos níveis de cobre,
alteração na função do ferro, diminuição da função
imunológica e dos níveis do HDL-colesterol.
O
zinco diminui o risco de hemorragia e melhora a cicatrização das
feridas.
O
excesso de zinco suprime a absorpção de cobre e ferro. Embora o
zinco metálico não seja tóxico, já o óxido de zinco e o sulfato
de zinco são nocivos.
Ingestão
crónica de grandes quantidades de zinco pode resultar em sépsis
bacteriana, infecções fúngicas gastrointestinais, letargia e
ataxia ( estas 2 últimas em doses inferiores às 2 primeiras ).
Anemia hemolítica pode resultar de intoxicação pelo zinco que
também pode originar lesão hepática ou renal. Vómitos e diarreia
podem surgir na intoxicação pelo zinco.
O
zinco, que está presente em todo o organismo, é necessário à
síntese de DNA e regeneração dos tecidos. Tem importância
fundamental na digestão e metabolização das gorduras, proteínas e
hidratos de carbono e relaciona-se intimamente com a produção de
energia.
O
zinco é necessário ao desenvolvimento dos linfócitos T. A carne
vermelha é um rico alimento em zinco. Pelo contrário, os fitatos,
existentes nos alimentos vegetais, dificultam a absorpção do zinco o
que leva a que as pessoas vegetarianas tenham de ter particular
atenção a este dado, uma vez que obriga a uma maior ingestão de
zinco utilizando alimentos lácteos, ovos, cereais integrais, frutos
secos e legumes.
Fontes
alimentares de zinco
Dado
o cobre, ferro e zinco utilizarem todos o mesmo mecanismo de
absorpção intestinal, o excesso de um deles leva a déficit dos
outros por diminuição de absorpção.
Consumos
de 200 mg/dia ou superior de zinco são altamente tóxicos.
O
zinco apresenta-se em todo o organismo, mas encontra-se
principalmente no fígado, pâncreas, rim, ossos e músculos mas
também nos olhos, cabelo e unhas. No homem também se encontra em
elevada quantidade na próstata e espermatozóides.
O
zinco tem importância na regulação da expressão genética bem
como na adequada função dos espermatozóides.
Em
indivíduos submetidos a cirúrgia de bypass gástrico por obesidade, e
que não tenham feito adequado acompanhamento nutricional
pós-operatório, podem surgir casos de deficiência nutricional com
níveis demasiado baixos de zinco que se manifesta por queda de
cabelo, atraso no crescimento, hipogonadismo, lesões cutâneas e
oculares, deficiências imunitárias que podem levar a infecções
recorrentes, dificuldade de cicatrização, alterações do gosto particularmente o salgado,
podendo as deficiências do zinco se demasiado graves serem fatais.
Atraso na maturação óssea pode verificar-se. Distúrbios
comportamentais podem ocorrer em caso de deficiência moderada a
ligeira de zinco. A fertilidade masculina pode ser diminuída por
diminuição da produção de espermatozóides. Deficiências
ligeiras de zinco são extremamente comuns.
Riscas
horizontais brancas das unhas podem ser um sinal de deficiência de
zinco. Estrias também podem ser um sinal de níveis baixos de zinco.
Alimentação
muito processada, especialmente quando coincide com alimentação
pobre em fontes proteicas de qualidade, dá propensão a baixos
níveis de zinco.
Um
homem muito activo sexualmente pode correr o risco de deficiência de
zinco, dada a riqueza do esperma em zinco. Esta situação é de
importância em casais que estão a tentar engravidar pois quanto
mais tentam mais zinco o homem perde, o que diminui a sua fertilidade
sendo nestes casos de ponderar a suplementação de zinco ou, em
alternativa, aumentar a ingestão de ostras, o alimento cujo teor de
zinco se destaca claramente.
Há
que ter em atenção os alimentos cozinhados em recipientes de cobre
ou ferro dado estes elementos competirem com o zinco na absorpção
intestinal. Cálcio em excesso também pode competir na absorpção
do zinco. A absorpção do zinco faz-se essencialmente na parte
inicial do intestino delgado ( jejuno ). A doença de Crohn também
pode ser um factor de má absorpção do zinco.
A
maior parte do zinco é intracelular ou encontra-se ligado a
proteínas. O doseamento sérico do zinco, como primeira avaliação
do estado do zinco no organismo, apesar de não ser um marcador
totalmente fiável quando usado isoladamente pois não detecta
deficiências ligeiras a moderadas, aparece baixo nas deficiências
graves de zinco. Para um estudo mais aprofundado do estado do zinco
no organismo deve ser feito, para além do zinco sérico, o
doseamento de zinco eritrocitário, um mineralograma do cabelo,
adequada história clínica e detalhada avaliação nutricional.
Doses
de suplementação de zinco devem rondar 10-12 mg/dia, podendo ir até
40 mg/dia em períodos curtos e com sinais de deficiência. Doses
demasiado altas de zinco podem condicionar deficiência em cobre e
depressão do sistema imune. Efeitos tóxicos podem incluir tonturas,
vómitos, letargia e anemia.
Um
aumento do zinco na corrente sanguínea pode ser devida a
insuficiência cardíaca crónica, osteossarcoma ou aterosclerose.
Diminuição de zinco pode observar-se em casos de desnutrição,
doença inflamatória intestinal, síndrome nefrótico, queimaduras,
anorexia, anemia falciforme, metástases hepáticas, talassémia,
tuberculose ou hipoalbuminemia.
Os
valores de referência do zinco sérico são da ordem de 70-120
μg/dl. Já na urina os valores são da ordem dos 900 μg/g de
creatinina.
- O zinco é um micronutriente essencial às células que exerce funções estruturais, enzimáticas e regulatórias. Na sua função estrutural, o zinco participa na disposição espacial de enzimas e proteínas e na sua estabilização
O
zinco tem acção na actividade neuronal e na memória. Actua também
sobre hormonas e no bom funcionamento de linfócitos e fibroblastos.
O
zinco distribui-se pelo organismo todo, estando principalmente
presente nos seguintes locais:
- músculos 57%
- ossos 29%
- pele 6%
- fígado 5%
O zinco, por mecanismos de difusão passiva e utilizando carreadores do enterócito ( DMT-1 e outros ) é absorvido no jejuno. A albumina
transporta o zinco absorvido até ao fígado, de onde se dirige a
outros órgãos. A taxa de turn over no pâncreas, rins e baço é
elevada; já no cérebro e ossos essa taxa de turn over é diminuta.
A
biodisponibilidade do zinco associa-se com a interacção com outros
nutrientes. Alimentos ricos em fibras diminuem a biodisponibilidade e
absorpção do zinco pois possuem fitatos que se ligam ao zinco e
formam complexos insolúveis. O cobre e o ferro, por competirem pelos
mesmos transportadores, também diminuem a biodisponibilidade do
zinco.
Ácido
cítrico e lactoferrina favorecem a absorpção do zinco. O leite
humano, rico em ácido cítrico e lactoferrina, é altamente
biodisponível em zinco; já o leite de vaca que contém caseína, e
o leite de soja, que contém fitatos, são fracos biodisponíveis de
zinco.
Baixos
níveis de zinco podem levar, na gravidez, a aumento de morbilidade
materna, gestação prolongada e trabalho de parto prolongado.
Toxicidade crónica do zinco leva a aumento de LDL-colesterol e
diminuição de HDL-colesterol.
O
zinco eleva a produção de testosterona, bem como estrogéneos. Tem
acção antioxidante que fortalece o sistema imunitário e de
reparação celular.
Atletas
de alta performance são propensos a uma perda mais acentuada de
zinco, sendo necessário fazer a sua suplementação. A carência de
zinco nestes atletas pode levar a atrofia muscular derivada da
produção e síntese diminuídas dos aminoácidos.
O
sémen tem 100 vezes mais zinco que o sangue pelo que quanto mais
activo sexualmente for o homem mais necessidade de zinco tem.
Os
sintomas de defiência de zinco são inicialmente a perda do paladar,
baixa defesa imunológica e problemas de pele. Seguem-se:
- demora na cicatrização das feridas
- constipações frequentes
- paladar ou olfacto diminuídos
- desinteresse da vida sexual
- fadiga
- falta de apetite
- má absorpção dos alimentos
- alterações comportamentais e psiquiátricas
- eczema, psoríase, acne
- manchas brancas nas unhas
- queda do cabelo
- baixa quantidade de espermatozóides
- impotência com níveis baixos de testosterona
- problemas de próstata
- jovens com menstruação atrasada
Baixa
concentração de zinco associa-se ao aumento da prevalência de
obesidade, incluindo o aumento do acúmulo de gordura abdominal. O
déficit de zinco pode agravar os distúrbios secundários à
obesidade. Baixo nível de zinco pode provocar aumento da resistência
insulínica que consequentemente facilita o acúmulo de gordura
corporal e dificulta o emagrecimento. O aumento nas concentrações
de insulinemia associa-se a reduzida concentração sérica de
zinco-α2-glicoproteína ( ZAG ) que é secretada pelas células
gordas do tecido adiposo e se relaciona com o controlo do peso. A ZAG
inibe a lipogénese e aumenta o gasto energético e promove leve
atenuação da atrofia muscular. Reduzida expressão do ZAG no
organismo relaciona-se directamente com excesso de peso. ZAG
relaciona-se negativamente com IMC.
O
organismo humano utiliza grandes quantidades de zinco durante o
exercício físico e este dispêndio de zinco leva a que este não
fique disponível para outras acções em que o zinco é chamado
Doses fisiológicas
de zinco podem produzir benefícios positivos na performance.
Suplementação de zinco, tal como tem efeito no aumento da produção
de testosterona, também apresenta aumento da concentração de T4.
O corpo humano é
formado por cerca de 2 Kg de metais sendo que mais de metade é
cálcio seguido de sódio, magnésio e potássio.
Dose
diária recomendada
Estudos realizados, demonstraram que idosos com níveis adequados de zinco apresentam
menos 50% de hipóteses de desenvolverem pneumonia, tomam menos
antibióticos e os índices de mortalidade são menores do que
aqueles com concentrações de zinco sérico mais baixos.
No organismo humano,
o zinco apresenta-se em maiores quantidades no cabelo, pele, olhos,
próstata, unhas, fígado, pâncreas, músculos, ossos e glândulas
que na verdade actuam como locais de armazenamento de zinco. A
excreção do zinco é feita pela urina, cabelo, descamação da pele
e sémen.
A principal função
do zinco é no sistema imunológico. O zinco é importante tanto na
síntese das células imunológicas como na sua acção defensiva
contra vírus, bactérias ou fungos.
O zinco também é
um importante anti-oxidante diminuindo a quantidade de radicais
livres no organismo, moléculas estas que têm acção
pró-cancerígena.
O zinco intervém na
função de cerca de 300 enzimas.
Pneumonias e
diarreias são patologias que se relacionam directamente com a falta
de zinco.
Está indicado as
grávidas tomarem zinco durante a gravidez pois previne complicações
durante o parto e ajuda o recém-nascido a ganhar peso após o
nascimento, reduzindo o risco de infecção.
As
metaloenzimas dependentes do zinco distribuem-se pelo organismo,
desempenhando funções fisiológicas importantes. O zinco intervém
na síntese e degradação dos carbohidratos, lípidos e proteínas,
contribui para a manutenção do crescimento e desenvolvimento
normais, funcionamento normal do sistema imunológico, defesa
anti-oxidante, função neurossensorial e ainda na
transcripção e tradução dos polinucleotídeos.
Os
parâmetros mais utilizados na avaliação do estudo nutricional
relativamente ao zinco são as determinações da concentração no
plasma, em componentes do sangue ( eritrócitos, monócitos,
plaquetas, neutrófilos ), no cabelo, bem como a excreção urinária
do zinco. Normalmente é usado mais de um biomarcador na avaliação
do zinco no organismo.
O
crescimento dá-se pela divisão celular que requer DNA, RNA e
síntese proteica. O zinco participa de muitos processos celulares
como cofactor de inúmeras enzimas, influenciando a expressão génica
através de factores de transcripção. Muitas destas enzimas que se
associam à síntese do DNA e RNA são metaloenzimas que dependem do
zinco, incluindo RNA polimerase, transcriptase reversa e factor de
transcripção III A. O zinco também pode influenciar, através de
hormonas, a divisão celular, como é o caso com a hormona de
crescimento e o IGF-I além de intervir em hormonas mitogénicas que
actuam na proliferação celular.
O
zinco apresenta efeito sobre o sistema imunológico pelo facto das
células deste sistema apresentarem altas taxas de proliferação e
este mineral estar envolvido na tradução, transporte e replicação
do DNA. O zinco ainda afecta a fagocitose dos macrófagos e
neutrófilos, interfere na lise celular mediada pelas células NK e
acção citolítica das células T. A deficiência do zinco
relaciona-se com a atrofia do timo bem como de outros órgãos
linfóides e a linfopenia.
Na
deficiência de zinco há diminuição da razão CD4/CD8. Dado os
sistemas de defesa estarem afectados na deficiência de zinco, podem
infecções oportunistas ocorrer e com elas aumentar a taxa de
mortalidade.
A
suplementação de zinco leva a um aumento de CD3, CD4, razão
CD4/CD8 sem diferença em CD8 e CD20.
O
zinco também tem influência sobre a diabetes mellitus devido ao
estímulo à secreção, armazenamento de insulina e metabolismo da
glicose. Doentes com diabetes têm um risco acrescido de deficiência
de zinco devido às perdas pela urina maiores, diminuição da
absorpção intestinal e baixa ingestão dietética.
Doentes
diabéticos fazendo suplementação de zinco apresentam hiperzincúria
após a suplementação, situação também observada em indivíduos
saudáveis que fazem suplementação de zinco. As concentrações de
zinco nos leucócitos apresentam-se aumentadas embora nos eritrócitos
dos diabéticos se observe baixos teores de zinco. A hemoglobina
glicosilada, foi verificado, apresenta um aumento da concentração.
Foi
verificado que o zinco tem acção na prevenção do surgimento da
diabetes mellitus.
A
insulina pode ligar-se com o zinco melhorando a solubilidade da
insulina nas células β pancreáticas e ainda pode aumentar a
capacidade de ligação da insulina ao seu receptor.
Verifica-se
que as concentrações de zinco em indivíduos obesos, no plasma,
eritrócitos e soro estão diminuídas e a suplementação de zinco
reduz a resistência à insulina que é uma característica comum na
obesidade.
Verifica-se
um aumento de leptina após a suplementação com zinco, sendo que a
deficiência em zinco leva a uma diminuição da concentração de
leptina sérica. A suplementação com zinco também leva a um
aumento de IL-2 e α-TNF, substâncias que aumentam a leptina.
O
zinco inibe a ligação dos glicocorticóides ao seu receptor.
Elevadas concentrações de glicocorticóides levam a uma redução
dos níveis de zinco plasmático e aumento da captação desse
mineral pelo fígado.
O
zinco é absorvido no jejuno com a ajuda da proteína metalotioneína,
proteína de baixo peso molecular capaz de quelar o zinco e cobre e
outros catiões divalentes. Também outra proteína presente na
mucosa intestinal, a CRIP ( cistein-rich intestinal protein ) se liga
ao zinco, aumentando a absorpção do zinco. O zinco é transportado
no plasma ligado à albumina ( 57% ), α2-macroglobulina ( 40% ) e
aminoácidos ( 3% ). O zinco após adsorvido é captado pelo fígado
e distribuído a outros tecidos. A excreção do zinco é feita
principalmente pelo tracto gastrointestinal e em condições normais
95% do zinco da fracção filtrável do plasma é reabsorvido nos
túbulos distais glomerulares.
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