quinta-feira, agosto 07, 2014

Zinco sérico

Zinco sérico



O zinco é um elemento químico, de símbolo Zn, com número atómico 30 e massa atómica 65.4 u.m.a., que se encontra no estado sólido à temperatura ambiente.
O zinco é essencial à vida, intervindo no metabolismo das proteínas e ácidos nucleicos, estimula a actividade de mais de 300 enzimas, e colabora no bom funcionamento do sistema imunológico, é necessário à cicatrização dos ferimentos, intervém na percepção do sabor ( particularmente o salgado ) e olfacto e na síntese do DNA e RNA.
O zinco apresenta-se praticamente apenas no estado de oxidação 2+. Reage com ácidos não oxidantes libertando o hidrogénio e pode dissolver-se em bases e ácido acético.


https://www.youtube.com/watch?v=flng04uJgZc

O zinco é encontrado na insulina, nas proteínas dedo de zinco e em diversas enzimas como a superóxido dismutase.
Alimentos como as ostras, carne vermelha, aves, pescado, mariscos, favas e nozes apresentam maior ou menor quantidade de zinco. A ingestão diária recomendada de zinco é de cerca de 10 mg, sendo para bebés, crianças e adolescentes essa dose menor dado terem um peso corporal menor que o dos adultos, e algo maior nas grávidas e mulheres em aleitamento.



Alimentos fornecedores de zinco

Deficiência de zinco pode causar atraso no crescimento, perda de cabelo, diarreia, impotência sexual e imaturidade sexual nos adolescentes, apatia, cansaço e depressão, lesões oculares e da pele inclusivé acne, unhas quebradiças, amnésia, perda de apetite, perda de peso e problemas de crescimento, aumento do tempo de cicatrização e anomalias do olfacto.
A diminuição da concentração do zinco pode ser devida a insuficiente quantidade na dieta alimentar e dificuldade na absorpção que pode ocorrer em alcoolismo, podendo também ser eliminado pela urina ou excessiva eliminação por causas de alterações digestivas.

O excesso de zinco tem-se associado a baixos níveis de cobre, alteração na função do ferro, diminuição da função imunológica e dos níveis do HDL-colesterol.
O zinco diminui o risco de hemorragia e melhora a cicatrização das feridas.

O excesso de zinco suprime a absorpção de cobre e ferro. Embora o zinco metálico não seja tóxico, já o óxido de zinco e o sulfato de zinco são nocivos.
Ingestão crónica de grandes quantidades de zinco pode resultar em sépsis bacteriana, infecções fúngicas gastrointestinais, letargia e ataxia ( estas 2 últimas em doses inferiores às 2 primeiras ). Anemia hemolítica pode resultar de intoxicação pelo zinco que também pode originar lesão hepática ou renal. Vómitos e diarreia podem surgir na intoxicação pelo zinco.

O zinco, que está presente em todo o organismo, é necessário à síntese de DNA e regeneração dos tecidos. Tem importância fundamental na digestão e metabolização das gorduras, proteínas e hidratos de carbono e relaciona-se intimamente com a produção de energia.
O zinco é necessário ao desenvolvimento dos linfócitos T. A carne vermelha é um rico alimento em zinco. Pelo contrário, os fitatos, existentes nos alimentos vegetais, dificultam a absorpção do zinco o que leva a que as pessoas vegetarianas tenham de ter particular atenção a este dado, uma vez que obriga a uma maior ingestão de zinco utilizando alimentos lácteos, ovos, cereais integrais, frutos secos e legumes.



Fontes alimentares de zinco

Dado o cobre, ferro e zinco utilizarem todos o mesmo mecanismo de absorpção intestinal, o excesso de um deles leva a déficit dos outros por diminuição de absorpção.
Consumos de 200 mg/dia ou superior de zinco são altamente tóxicos.

O zinco apresenta-se em todo o organismo, mas encontra-se principalmente no fígado, pâncreas, rim, ossos e músculos mas também nos olhos, cabelo e unhas. No homem também se encontra em elevada quantidade na próstata e espermatozóides.
O zinco tem importância na regulação da expressão genética bem como na adequada função dos espermatozóides.



Em indivíduos submetidos a cirúrgia de bypass gástrico por obesidade, e que não tenham feito adequado acompanhamento nutricional pós-operatório, podem surgir casos de deficiência nutricional com níveis demasiado baixos de zinco que se manifesta por queda de cabelo, atraso no crescimento, hipogonadismo, lesões cutâneas e oculares, deficiências imunitárias que podem levar a infecções recorrentes, dificuldade de cicatrização, alterações do gosto particularmente o salgado, podendo as deficiências do zinco se demasiado graves serem fatais. Atraso na maturação óssea pode verificar-se. Distúrbios comportamentais podem ocorrer em caso de deficiência moderada a ligeira de zinco. A fertilidade masculina pode ser diminuída por diminuição da produção de espermatozóides. Deficiências ligeiras de zinco são extremamente comuns.
Riscas horizontais brancas das unhas podem ser um sinal de deficiência de zinco. Estrias também podem ser um sinal de níveis baixos de zinco.
Alimentação muito processada, especialmente quando coincide com alimentação pobre em fontes proteicas de qualidade, dá propensão a baixos níveis de zinco.
Um homem muito activo sexualmente pode correr o risco de deficiência de zinco, dada a riqueza do esperma em zinco. Esta situação é de importância em casais que estão a tentar engravidar pois quanto mais tentam mais zinco o homem perde, o que diminui a sua fertilidade sendo nestes casos de ponderar a suplementação de zinco ou, em alternativa, aumentar a ingestão de ostras, o alimento cujo teor de zinco se destaca claramente.
Há que ter em atenção os alimentos cozinhados em recipientes de cobre ou ferro dado estes elementos competirem com o zinco na absorpção intestinal. Cálcio em excesso também pode competir na absorpção do zinco. A absorpção do zinco faz-se essencialmente na parte inicial do intestino delgado ( jejuno ). A doença de Crohn também pode ser um factor de má absorpção do zinco.



A maior parte do zinco é intracelular ou encontra-se ligado a proteínas. O doseamento sérico do zinco, como primeira avaliação do estado do zinco no organismo, apesar de não ser um marcador totalmente fiável quando usado isoladamente pois não detecta deficiências ligeiras a moderadas, aparece baixo nas deficiências graves de zinco. Para um estudo mais aprofundado do estado do zinco no organismo deve ser feito, para além do zinco sérico, o doseamento de zinco eritrocitário, um mineralograma do cabelo, adequada história clínica e detalhada avaliação nutricional.

Doses de suplementação de zinco devem rondar 10-12 mg/dia, podendo ir até 40 mg/dia em períodos curtos e com sinais de deficiência. Doses demasiado altas de zinco podem condicionar deficiência em cobre e depressão do sistema imune. Efeitos tóxicos podem incluir tonturas, vómitos, letargia e anemia.


Um aumento do zinco na corrente sanguínea pode ser devida a insuficiência cardíaca crónica, osteossarcoma ou aterosclerose. Diminuição de zinco pode observar-se em casos de desnutrição, doença inflamatória intestinal, síndrome nefrótico, queimaduras, anorexia, anemia falciforme, metástases hepáticas, talassémia, tuberculose ou hipoalbuminemia.

Os valores de referência do zinco sérico são da ordem de 70-120 μg/dl. Já na urina os valores são da ordem dos 900 μg/g de creatinina.


  • O zinco é um micronutriente essencial às células que exerce funções estruturais, enzimáticas e regulatórias. Na sua função estrutural, o zinco participa na disposição espacial de enzimas e proteínas e na sua estabilização

O zinco tem acção na actividade neuronal e na memória. Actua também sobre hormonas e no bom funcionamento de linfócitos e fibroblastos.

O zinco distribui-se pelo organismo todo, estando principalmente presente nos seguintes locais:
  • músculos 57%
  • ossos 29%
  • pele 6%
  • fígado 5%

O  zinco,  por  mecanismos  de  difusão  passiva  e  utilizando  carreadores  do  enterócito ( DMT-1 e outros ) é absorvido no jejuno. A albumina transporta o zinco absorvido até ao fígado, de onde se dirige a outros órgãos. A taxa de turn over no pâncreas, rins e baço é elevada; já no cérebro e ossos essa taxa de turn over é diminuta.

A biodisponibilidade do zinco associa-se com a interacção com outros nutrientes. Alimentos ricos em fibras diminuem a biodisponibilidade e absorpção do zinco pois possuem fitatos que se ligam ao zinco e formam complexos insolúveis. O cobre e o ferro, por competirem pelos mesmos transportadores, também diminuem a biodisponibilidade do zinco.

Ácido cítrico e lactoferrina favorecem a absorpção do zinco. O leite humano, rico em ácido cítrico e lactoferrina, é altamente biodisponível em zinco; já o leite de vaca que contém caseína, e o leite de soja, que contém fitatos, são fracos biodisponíveis de zinco.



Baixos níveis de zinco podem levar, na gravidez, a aumento de morbilidade materna, gestação prolongada e trabalho de parto prolongado. Toxicidade crónica do zinco leva a aumento de LDL-colesterol e diminuição de HDL-colesterol.

O zinco eleva a produção de testosterona, bem como estrogéneos. Tem acção antioxidante que fortalece o sistema imunitário e de reparação celular.
Atletas de alta performance são propensos a uma perda mais acentuada de zinco, sendo necessário fazer a sua suplementação. A carência de zinco nestes atletas pode levar a atrofia muscular derivada da produção e síntese diminuídas dos aminoácidos.

O sémen tem 100 vezes mais zinco que o sangue pelo que quanto mais activo sexualmente for o homem mais necessidade de zinco tem.

Os sintomas de defiência de zinco são inicialmente a perda do paladar, baixa defesa imunológica e problemas de pele. Seguem-se:
  • demora na cicatrização das feridas
  • constipações frequentes
  • paladar ou olfacto diminuídos
  • desinteresse da vida sexual
  • fadiga
  • falta de apetite
  • má absorpção dos alimentos
  • alterações comportamentais e psiquiátricas
  • eczema, psoríase, acne
  • manchas brancas nas unhas
  • queda do cabelo
  • baixa quantidade de espermatozóides
  • impotência com níveis baixos de testosterona
  • problemas de próstata
  • jovens com menstruação atrasada


Baixa concentração de zinco associa-se ao aumento da prevalência de obesidade, incluindo o aumento do acúmulo de gordura abdominal. O déficit de zinco pode agravar os distúrbios secundários à obesidade. Baixo nível de zinco pode provocar aumento da resistência insulínica que consequentemente facilita o acúmulo de gordura corporal e dificulta o emagrecimento. O aumento nas concentrações de insulinemia associa-se a reduzida concentração sérica de zinco-α2-glicoproteína ( ZAG ) que é secretada pelas células gordas do tecido adiposo e se relaciona com o controlo do peso. A ZAG inibe a lipogénese e aumenta o gasto energético e promove leve atenuação da atrofia muscular. Reduzida expressão do ZAG no organismo relaciona-se directamente com excesso de peso. ZAG relaciona-se negativamente com IMC.



O organismo humano utiliza grandes quantidades de zinco durante o exercício físico e este dispêndio de zinco leva a que este não fique disponível para outras acções em que o zinco é chamado

Doses fisiológicas de zinco podem produzir benefícios positivos na performance. Suplementação de zinco, tal como tem efeito no aumento da produção de testosterona, também apresenta aumento da concentração de T4.

O corpo humano é formado por cerca de 2 Kg de metais sendo que mais de metade é cálcio seguido de sódio, magnésio e potássio.


Dose diária recomendada

Estudos realizados, demonstraram que idosos com níveis adequados de zinco apresentam menos 50% de hipóteses de desenvolverem pneumonia, tomam menos antibióticos e os índices de mortalidade são menores do que aqueles com concentrações de zinco sérico mais baixos.
No organismo humano, o zinco apresenta-se em maiores quantidades no cabelo, pele, olhos, próstata, unhas, fígado, pâncreas, músculos, ossos e glândulas que na verdade actuam como locais de armazenamento de zinco. A excreção do zinco é feita pela urina, cabelo, descamação da pele e sémen.

A principal função do zinco é no sistema imunológico. O zinco é importante tanto na síntese das células imunológicas como na sua acção defensiva contra vírus, bactérias ou fungos.
O zinco também é um importante anti-oxidante diminuindo a quantidade de radicais livres no organismo, moléculas estas que têm acção pró-cancerígena.
O zinco intervém na função de cerca de 300 enzimas.
Pneumonias e diarreias são patologias que se relacionam directamente com a falta de zinco.
Está indicado as grávidas tomarem zinco durante a gravidez pois previne complicações durante o parto e ajuda o recém-nascido a ganhar peso após o nascimento, reduzindo o risco de infecção.

As metaloenzimas dependentes do zinco distribuem-se pelo organismo, desempenhando funções fisiológicas importantes. O zinco intervém na síntese e degradação dos carbohidratos, lípidos e proteínas, contribui para a manutenção do crescimento e desenvolvimento normais, funcionamento normal do sistema imunológico, defesa anti-oxidante, função neurossensorial e ainda na transcripção e tradução dos polinucleotídeos.
Os parâmetros mais utilizados na avaliação do estudo nutricional relativamente ao zinco são as determinações da concentração no plasma, em componentes do sangue ( eritrócitos, monócitos, plaquetas, neutrófilos ), no cabelo, bem como a excreção urinária do zinco. Normalmente é usado mais de um biomarcador na avaliação do zinco no organismo.

O crescimento dá-se pela divisão celular que requer DNA, RNA e síntese proteica. O zinco participa de muitos processos celulares como cofactor de inúmeras enzimas, influenciando a expressão génica através de factores de transcripção. Muitas destas enzimas que se associam à síntese do DNA e RNA são metaloenzimas que dependem do zinco, incluindo RNA polimerase, transcriptase reversa e factor de transcripção III A. O zinco também pode influenciar, através de hormonas, a divisão celular, como é o caso com a hormona de crescimento e o IGF-I além de intervir em hormonas mitogénicas que actuam na proliferação celular.

O zinco apresenta efeito sobre o sistema imunológico pelo facto das células deste sistema apresentarem altas taxas de proliferação e este mineral estar envolvido na tradução, transporte e replicação do DNA. O zinco ainda afecta a fagocitose dos macrófagos e neutrófilos, interfere na lise celular mediada pelas células NK e acção citolítica das células T. A deficiência do zinco relaciona-se com a atrofia do timo bem como de outros órgãos linfóides e a linfopenia.
Na deficiência de zinco há diminuição da razão CD4/CD8. Dado os sistemas de defesa estarem afectados na deficiência de zinco, podem infecções oportunistas ocorrer e com elas aumentar a taxa de mortalidade.
A suplementação de zinco leva a um aumento de CD3, CD4, razão CD4/CD8 sem diferença em CD8 e CD20.

O zinco também tem influência sobre a diabetes mellitus devido ao estímulo à secreção, armazenamento de insulina e metabolismo da glicose. Doentes com diabetes têm um risco acrescido de deficiência de zinco devido às perdas pela urina maiores, diminuição da absorpção intestinal e baixa ingestão dietética.
Doentes diabéticos fazendo suplementação de zinco apresentam hiperzincúria após a suplementação, situação também observada em indivíduos saudáveis que fazem suplementação de zinco. As concentrações de zinco nos leucócitos apresentam-se aumentadas embora nos eritrócitos dos diabéticos se observe baixos teores de zinco. A hemoglobina glicosilada, foi verificado, apresenta um aumento da concentração.
Foi verificado que o zinco tem acção na prevenção do surgimento da diabetes mellitus.

A insulina pode ligar-se com o zinco melhorando a solubilidade da insulina nas células β pancreáticas e ainda pode aumentar a capacidade de ligação da insulina ao seu receptor.

Verifica-se que as concentrações de zinco em indivíduos obesos, no plasma, eritrócitos e soro estão diminuídas e a suplementação de zinco reduz a resistência à insulina que é uma característica comum na obesidade.
Verifica-se um aumento de leptina após a suplementação com zinco, sendo que a deficiência em zinco leva a uma diminuição da concentração de leptina sérica. A suplementação com zinco também leva a um aumento de IL-2 e α-TNF, substâncias que aumentam a leptina.
O zinco inibe a ligação dos glicocorticóides ao seu receptor. Elevadas concentrações de glicocorticóides levam a uma redução dos níveis de zinco plasmático e aumento da captação desse mineral pelo fígado.


O zinco é absorvido no jejuno com a ajuda da proteína metalotioneína, proteína de baixo peso molecular capaz de quelar o zinco e cobre e outros catiões divalentes. Também outra proteína presente na mucosa intestinal, a CRIP ( cistein-rich intestinal protein ) se liga ao zinco, aumentando a absorpção do zinco. O zinco é transportado no plasma ligado à albumina ( 57% ), α2-macroglobulina ( 40% ) e aminoácidos ( 3% ). O zinco após adsorvido é captado pelo fígado e distribuído a outros tecidos. A excreção do zinco é feita principalmente pelo tracto gastrointestinal e em condições normais 95% do zinco da fracção filtrável do plasma é reabsorvido nos túbulos distais glomerulares.



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