quarta-feira, julho 02, 2014

Diagnóstico de cancro colorrectal pouco tempo depois de colonoscopia

Diagnóstico de cancro colorrectal pouco tempo depois de colonoscopia


Verificou-se que após pouco tempo de uma colonoscopia realizada para remoção de todos os tumores do cólon, o cancro colorrectal não foi diagnosticado ou foi removido apenas de forma parcial, devendo ser identificado e removido de forma completa na colonoscopia.
Neoplasia colorrectal é uma das neoplasias mais frequentes e causa de morte importante, sendo que a sua prevenção e detecção precoces são um problema de saúde pública.
A colonoscopia é um meio de screening muito eficaz que possibilita o estudo de toda a mucosa colónica e proceder à remoção de lesões suspeitas, antes de malignizarem e se tornarem cancro invasivo.
É um  método de screening mas não totalmente eficaz, considerando-se que cerca de metade dos casos não são diagnosticados e muitos dos restantes são ressecados de forma incompleta.


Foram detectadas lesões neoplásicas, após um intervalo de tempo relativamente curto ( até 4 anos ) decorrido desde uma colonoscopia com polipectomia considerada capaz de eliminar todas as lesões cancerígenas do cólon.
Destas lesões observadas. cerca de 75% foram consideradas como já existentes mas não detectadas aquando da anterior colonoscopia, ressecção incompleta de adenoma ou falha na detecção na biópsia, sendo portanto lesões que seriam potencialmente detectáveis e diagnosticáveis num estadio mais precoce da sua evolução. Pode-se, desta forma, aceitar que uma frequência maior de colonoscopia permite uma detecção mais precoce de cancro colorrectal.
Considera-se que os cancros precoces pós-colonoscopia, ou cancros intervalo, são mais frequentes por lesão que passou indetectável do que por falha na detecção da biópsia, sendo que uma importante causa para a explicação desta falha de detecção do cancro colorrectal, aquando da colonoscopia, seja uma preparação intestinal inadequada para a efectuação da colonoscopia.

Os pólipos colorrectais planos e deprimidos têm uma importância na ocorrência de cancros intervalo variável consoante o local geográfico, sendo que se observa uma maior frequência no Japão comparativamente com os países ocidentais. Nos Estados Unidos atingem uma frequência de 10% os cancros colorrectais não polipóides dos adenomas extripados e estas lesões apresentam carcinoma in situ ou da submucosa, sendo estas mais frequentes neste tipo de adenomas do que nos polipóides.
A ressecção incompleta do pólipo é uma outra causa de surgimento de cancro intervalo e isto surge mais frequentemente no caso das lesões grandes, sendo que o risco é maior naqueles adenomas com mais de 20 mm.
Verificou-se que as lesões indetectadas, e particularmente no cólon direito, ocorrem mais frequentemente nas mulheres. Risco aumentado de neoplasia pós-colonoscopia é superior nos homens que nas mulheres.


A incidência dos cancros intervalo, num espaço de 4 anos após a colonoscopia com remoção de todos os pólipos, ronda os 6/1000 indivíduos. O valor desta incidência pode decrescer com uma colonoscopia mais minuciosa, evitando a passagem de lesões já existentes indetectadas.

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