terça-feira, fevereiro 05, 2019

JAK2V617F como determinante de IPF nas doenças mieloproliferativas

JAK2V617F como determinante de IPF na trombocitose essencial e na policitémia vera

Observou-se que as plaquetas imaturas são hemostaticamente mais activas do que as plaquetas maturas, tanto na trombocitose essencial como na policitémia vera.
Foi também verificado que a mutação JAK2V617F tem uma correlação positiva com a quantidade de IPF, o que pode contribuir para o fenótipo protrombótico que se verifica nestes doentes.

As plaquetas circulantes apresentam sempre uma certa anisocitose, tanto em tamanho como estrutura. Das plaquetas circulantes, aproximadamente 2% são plaquetas imaturas ( IPF ), também chamadas de plaquetas reticuladas, que são plaquetas recentemente libertadas da medula óssea. Estas plaquetas mais novas, apresentam uma superior actividade hemostática, comparativamente com plaquetas mais velhas, e assim mais maturas, com resposta à trombina aumentada e expressão de P-selectina maior.

Na policitémia vera, observa-se, a presença de trombocitose, aumento de IPF, hematócrito aumentado, leucocitose, aumento da percentagem de IPF e de H-IPF ( plaquetas jovens com mais alta quantidade de m-RNA e assim mais alta intensidade de fluorescência ) comparativamente com indivíduos saudáveis assim como nos doentes com trombocitose essencial.

Doentes JAK2V617F positivos apresentam contagens plaquetárias e contagens de IPF significativamente mais elevadas, bem como a percentagem de IPF e de H-IPF, comparativamente com os indivíduos saudáveis, enquanto que JAK2V617F negativos apresentavam contagem plaquetária e de IPF superior às dos indivíduos controlo saudáveis.

                                          # plaquetas         # IPF         % plaquetas          % IPF
JAK2V617F positivo                 ↑                   ↑                      ↑                      ↑
JAK2V617F negativo                ↑                   ↑                       -                      -

Mensuração de IPF é considerada de utilidade na valorização da resposta terapêutica e risco trombótico em pacientes com trombocitose, seja primária ou secundária, sendo que um aumento de IPF se associa a um risco mais elevado. Aumento de percentagem de IPF e H-IPF associa-se com uma aumentada agregação plaquetária em doentes com alto risco de doença arterial coronária.
Verificou-se que doentes que receberam transplante renal, que se encontram em alto risco de mortalidade cardiovascular, apresentam percentagens mais elevadas de IPF e H-IPF, associadas a uma agregação plaquetária mais elevada.
Os doentes com síndrome mieloproliferativo, nomeadamente policitémia vera ou trombocitose essencial, apresentam um turn over plaquetário aumentado e, por este motivo, apresentam um IPF superior comparativamente com indivíduos controlo saudáveis.

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