segunda-feira, julho 29, 2013

Leucemia linfocítica crónica - LLC

Leucemia linfocítica crónica


Leucemia linfocítica crónica ( LLC ) é uma patologia que resulta da proliferação neoplásica de linfócitos B maturos, que infiltram a medula óssea e circulam no sangue periférico, e que afecta, predominantemente, indivíduos de meia idade ou idosos, atingindo uma incidência de dez por cem mil, por ano, em pessoas de 65 anos, atingindo mais os brancos que os negros ou asiáticos.


Nas fases iniciais da doença, apresenta-se praticamente assintomática sendo, com o evoluir da doença, observados linfadenopatias, hepatopatia e esplenomegalia. Há uma alteração da função B e T e diminuição da concentração das imunoglobulinas. Fenómenos autoimunes também são frequentes. Linfocitose absoluta de 5000/μl ou mais de 10000/μl é critério de estabelecimento de diagnóstico de LLC.


O estudo do sangue periférico é essencial no diagnóstico de LLC, sendo o estudo da medula óssea ( mielograma ) de menor importância em comparação com a biópsia óssea, que dá informação importante tanto para o diagnóstico como para o prognóstico.
O esfregaço do sangue periférico mostra uma população uniforme de pequenos linfócitos maturos, com núcleo redondo, cromatina em grumos ( frequentemente semelhando um mosaico ).


Sombras de Gumprecht são dados muito indicativos mas não patognomónicos. Com o avanço da doença, anemia e trombocitopenia podem surgir.


Sombras de Gumprecht

Anemia hemolítica autoimune pode instalar-se, aparecendo esferócitos e Coombs directo positivo. Pode ser observada policromasia e reticulocitose. Trombocitopenia pode verificar-se e ser por destruição autoimune das plaquetas. O esfregaço do sangue periférico mostra geralmente eritrócitos normais.
Doentes com LLC podem apresentar prolinfócitos ( células com nucléolos proeminentes e citoplasma abundante ).


Muitos pequenos linfócitos, uma mancha de Gumprecht e um prolinfócito

No mielograma verifica-se haver hipercelularidade, com número aumentado de linfócitos maturos, com morfologia uniforme. Células hematopoiéticas normais são reduzidas e há uma queda contínua com a progressão da doença. Valores de 30% ou 40% de linfócitos na medula óssea têm sido sugeridos para estabelecer o diagnóstico de LLC, mas ainda não foi estabelecido um valor de forma consensual, sendo no entanto um valor de 30%, em amostra não hemodiluída, um valor bem fundamentado.


Medula óssea infiltrada por linfócitos em LLC

Quando a LLC é complicada por anemia hemolítica autoimune a medula óssea apresenta uma hiperplasia eritróide e, nos casos acompanhados por trombocitopenia autoimune há um aumento do número de megacariócitos . Quando a aplasia eritrocitária pura complica LLC verifica-se haver uma falta dos precursores eritrocitários para além dos proeritroblastos.
Nas situações de transformação prolinfocitóide da LLC, número aumentado de prolinfócitos é observado na medula óssea. Quando infiltração ocorre, as células usualmente têm a morfologia dos linfomas  pleomórficos  de  grandes  células  B, frequentemente  com  sinais   de  imunoblastos  ( imunoblastos são células grandes, com citoplasma fortemente basófilo e grande núcleo com um nucléolo central grande proeminente ) .


Na biópsia óssea, usualmente, a grande maioria das células neoplásicas são pequenos linfócitos, ligeiramente maiores que os linfócitos normais que apresentam núcleos com cromatina em grumos, nucléolos insignificantes, e pouco citoplasma.


Para  além  dos  pequenos  linfócitos,  observam-se  ainda  prolinfócitos  e  para-imunoblastos ( células de tamanho médio com muito citoplasma não muito basofilico, um núcleo grande com nucléolos proeminentes ).

Quatro padrões histológicos são vistos na infiltração medular na LLC: intersticial, nodular, difusa e mista de intersticial e nodular. O padrão difuso é o de pior prognóstico de todos os tipos de infiltração, sendo o padrão intersticial acompanhado de menor sobrevivência comparativamente com o padrão nodular.  


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