domingo, maio 12, 2019

Índice de Mentzer e outros índices eritrocitários

Índice de Mentzer

Índice de Mentzer é um índice que utiliza parâmetros eritrocitários, criado em 1973 por William Mentzer, que auxilia na diferenciação entre anemia por déficit de ferro e β-talassémia, relacionando o volume globular médio ( MCV ) e o número de eritrócitos, segundo a fórmula MCV / nº GR .
Para um resultado superior a 13, é mais provável estarmos na presença de anemia de déficit de ferro enquanto um valor inferior a 13 aponta mais para β-talassémia.

O princípio em que se baseia este índice é o seguinte: na anemia ferropriva, a medula óssea não é capaz de produzir eritrócitos em número suficiente e estes são microcíticos e assim tanto o número de eritrócitos como o MCV estão baixos, pelo que a razão é alta. Pelo contrário, na β-talassémia o número de eritrócitos produzidos é normal, mas as células são pequenas e mais frágeis, pelo que a razão é baixa.

Outros índices existem utilizados na diferenciação entre a β-talassémia e a anemia ferropriva, nomeadamente o índice de England e Fraser ou o índice “ADVIA” ( percentagem de eritrócitos microcíticos / percentagem de eritrócitos hipocrómicos ).
A maior sensibilidade foi verificada com o índice de Mentzer ( 97.37% ), seguida do índice “ADVIA” ( 92.11% ) e por fim o índice England e Fraser ( 73.68% ).

Estes 3 índices apresentam-se como tendo bom poder de descriminação entre anemia ferropriva e β-talassémia, e são recomendados como auxiliadores no diagnóstico de talassémia e o seu uso é recomendado como ajuda na relação de amostras para testar amostras com vista a demonstrar alta percentagem de Hemoglobina A2.

A diferenciação entre microcitose talassémica e não talassémica, tem implicações clínicas e terapêuticas importantes.

Fórmula
Equação
Valor corte
Índice Mentzer
VGM / RBC
ADF > 13 ; β-tal < 13
Índice “ADVIA”
%GRmicroc/%GRhipocr
ADF < 1 ; β-tal > 1
Índice England e Fraser
VGM-(Hgb*5)-RBC-3.4
ADF > 0 ; β-tal < 0

Verificou-se que a percentagem de doentes correctamente identificados foi maior com o índice “ADVIA” ( 90.8% ), seguindo-se pelo índice Mentzer ( 81.5% ) e por fim o índice England e Fraser ( 78.5% ).

Estas fórmulas baseadas nos parâmetros da série rubra podem ser úteis no rastreio inicial para permitir testar reflexamente Hgb A2. A utilidade destes índices é a detecção de doentes com alta probabilidade de serem portadores de síndrome talassémico, pelo que é importante a mais alta sensibilidade possível enquanto que a especificidade deve ser a suficiente para evitar o máximo aceitável o recurso à electroforese de hemoglobinas.
O índice de Mentzer apresenta uma sensibilidade de 97.5% para síndromes talassémicos mas uma especificidade relativamente baixa, da ordem dos 59.26%, o que significa um número razoável de falsos positivos que se submeteram a electroforese de hemoglobinas

domingo, abril 28, 2019

Desidrogenase Láctica

Desidrogenase Láctica – LDH


A desidrogenase láctica cataliza a trasferência do ião de hidrogéneo na oxidação do lactato a piruvato, com o NAD+ a funcionar como receptor de hidrogéneo.


A velocidade de desaparecimento de NADH é proporcional à actividade de LDH e mede a actividade catalítica do LDH.
A LDH é de importância fundamental no processo que resulta em energia para as células.
Aumento das concentrações de LDH é verificado durante lesões de tecidos inespecíficas, havendo um aumento de LDH total. Verifica-se este aumento em casos de neoplasias, miocardites, enfarte de miocárdio, AVC, distrofia, anemias, mononucleose infecciosa, hepatopatias, pneumopatias, etilismo, pancreatite e falência renal. Na hepatite viral e na mononucleose infecciosa, podem ser observados valores ligeiramente mais baixos.
A concentração de LDH sérica pode elevar-se em situações de stress ou pelo uso de alguns medicamentos que causem grau acentuado de lesão ou mesmo destruição celular. Estão entre estes medicamentos, capazes de elevar a concentração sérica do LDH, os anestésicos, aspirina, fluoretos e mitramicina. Também exercício físico intenso, gravidez, cirurgia recente ou prótese valvular cardíaca são situações que podem elevar a concentração sérica do LDH.


Diferentes isoenzimas são encontradas ( cinco isoenzimas: LDH 1 a LDH 5 ), que diferem entre si por prquenas alterações da sua estrutura, sendo nomeadamente

LDH 1
HHHH ; H4
14 – 26 %
Coração, eritrócitos
LDH 2
HHHM ; H3M
29 – 39 %
Leucócitos
LDH 3
HHMM ; H2M2
20 – 26 %
Pulmões
LDH 4
HMMM ; HM3
8 – 16 %
Rins, placenta, pâncreas
LDH 5
MMMM ; M4
6 – 16 %
Fígado, músculos estriados

A LDH também é um marcador de hemólise, sendo que esta aumenta as fracções LDH 1 e LDH 2, produzindo um padrão de elevação de LDH semelhante ao encontrado no enfarte de miocárdio.

No enfarte de miocárdio, há elevação de LDH com um máximo às 24-48 horas, permanecendo elevado durante 7-12 dias.
Na anemia megaloblástica, a deficiência de ácido fólico e/ou vitamina B12 provoca destruição dos precursores eritrocitários ainda na medula óssea e pode haver um aumento de até 50 vezes o valor normal, à custa do aumento das isoenzimas LDH 1 e LDH 2, que retornam aos valores referência após tratamento com sucesso.

LDH é uma enzima inibida pelo mercúrio ou pelo p-cloromercuribenzoato, por estes reagirem com os grupos tiol. Também anticoagulantes como o citrato, EDTA, fluoreto ou oxalato causam interferência na determinação analítica do LDH.
A concentração de LDH pode ser determinada para o follow up das patologias em que há alteração dos níveis séricos daquela enzima.

 

                                                                   LDH 3 




                                                                    LDH 5

Os valores referência da LDH total variam com a técnica utilizada na determinação da sua concentração, e assim devem ser fornecidos pelo laboratório onde é determinada a
quantificação da enzima.

Dada a existência de isoenzimas específicas de órgãos, estes podem orientar para o local da lesão causadora do aumento de LDH que se verifique.

A concentração de LDH, que se eleva com alguns cancros, também diminui com a terapia adequada dessas neoplasias.

O doseamento do LDH não requer jejum e pode ser realizado tanto no soro como noutros líquidos biológicos como líquido pleural, ascítico ou LCR.

As fracções da zona média da LDH, isoenzimas LDH 2, LDH 3 e LDH 4, podem elevar-se em leucemias granulocíticas, linfomas e alterações plaquetárias. Trombocitose pode fazer elevar a LDH sem qualquer significado patológico.



Na mononucleose infecciosa com comprometimento hepático, a LDH apresenta uma subida de concentração superior à verificada com a transaminase glutâmico oxaloacética ( AST ). Pelo contrário, nas hepatites A, B ou C, a TGO aumenta mais que a LDH.

A lesão causadora de elevação de LDH pode ser aguda ou crónica.
Acentuada ingestão de vitamina C pode provocar diminuição de concentração de LDH. Niveis baixos ou normais de LDH não indicam qualquer patologia.

sábado, abril 27, 2019

Probióticos no combate aos biofilmes

Probióticos combatem biofilmes prejudiciais

Foram desenvolvidos probióticos que apresentam a capacidade de evitar os biofilmes prejudiciais que agravam a sintomatologia de doenças gastrointestinais.

Biofilmes são comunidades microbianas vivas compostos por múltiplos tipos de organismos microbianos e fungos que vivem sob uma protecção viscosa e espessa. Os biofilmes são frequentemente resistentes aos antibióticos podendo, no entanto, serem vulneráveis a outros microorganismos.

Um novo probiótico, consistindo de uma mistura de uma parte de fungos, 3 partes de bactérias e uma quantidade pequena de amilase, foi testado..
Candida foi o componente fungíco utilizado na mistura, enquanto que E. Coli e Serratia mercescens foram as bactérias que foram envolvidas naquele composto. Estes 3 microorganismos ( Candida, E. coli e Serratia mercescens ) foram identificados como existentes em quantidade significativamente aumentadas nos intestinos de doentes com doença de Crohn capazes de desencadear inflamação dolorosa.
Verificou-se que após a exposição ao novo probiótico, os biofilmes se transformaram em comunidades com coesão menor, mais fraca e menos espessa do que os biofilmes não expostos a esse probiótico.
Verificou-se que o probiótico actua através de tornar mais fracos os fungos existentes nos novos biofilmes. O probiótico travou o crescimento dos fungos e estes não foram capazes de formar estruturas reprodutivas que ajudariam a desenvolver e expandir os biofilmes.

Concluiu-se que os novos probióticos são capazes de ajudar a prevenir o desenvolvimento de biofilmes prejudiciais em doentes com patologias intestinais como doença inflamatória intestinal, outras doenças gastrointestinais ou até mesmo neoplasia do cólon.

domingo, abril 07, 2019

Doseamento de Hgb A1c não detecta muitas situações de diabetes

Doseamento de Hgb A1c não detecta muitas situações de diabetes

Hemoglobina A1c subestima a prevalência da diabetes e assim não deve ser usado aquele teste, de forma isolada, no diagnóstco da diabetes, sendo que a PTGO deve ser realizada em simultâneo.

Hemoglobina A1c fornece a concentração média de glicemia nos últimos 120 dias e usa-se no diagnóstico da diabetes tipo I e tipo II, não necessitando de qualquer tipo de preparação como seja jejum ou outra.
A PTGO mede a resposta do organismo à glicemia. É usada a PTGO no rastreio da diabetes tipo II.

Estudo efectuado verificou que 73% dos casos identificados por PTGO não são detectados pelo doseamento da Hgb A1c, indicando o doseamento de Hgb A1c situações de falsos negativos.
Este estudo concluiu que tanto a prevalência da diabetes como a tolerância normal à glicose definidas apenas pelo doseamento da Hgb A1c é muito questionável e tem uma tendência significativa para subavaliar a prevalência da diabetes e exagerar na tolerância normal à glicose.

Bacteriúria é diferente de infecção urinária

Bacteriúria é diferente de infecção urinária

Nas situações de bacteriúria assintomática, deverão ser colocados diagnósticos diferenciais antes de se optar por suspeita de infecção urinária e com essa levar-se a diagnósticos exagerados, exames desnecessários e antibioterapia contraproducente e negativa.
Bacteriúria assintomática é uma situação frequente que consiste de presença de bactérias na urina sem sintomatologia infecciosa. Nestas condições, devem ser evitadas análises em doentes assintomáticos, incluindo idosos, mulheres saudáveis não grávidas, diabéticos e doentes com lesões da medula espinal. Também bebés e crianças, doentes em pós-operatório não urológico e doentes transplantados devem ser incluídos nos grupos de doentes com bacteriúria assintomática que devem ser excluídos de diagnóstico de infecção urinária e sua antibioterapia e exames analíticos para aquelas infecções.
Verifica-se mesmo que a antibioterapia realizada nestes doentes, pode causar infecções urinárias e outras infecções graves como a Clostridium difficile.
Uroculturas apenas devem ser realizadas em doentes com sintomatologia consistente com infecção como ardor ao urinar, poliaquiúria ou dor abdominal ou sensibilidade dorsal ou da região inferocostal.

sábado, abril 06, 2019

Hipoalbuminemia em Doença de Crohn

Hipoalbuminemia em Doença de Crohn




Hipoalbuminemia é a baixa da concentração de albumina no soro. Uma concentração sérica de albumina inferior a 3.5 g/dl é considerada hipoalbuminemia e as causas mais prováveis para tal estado são a desnutrição, especialmente quando o aporte de aminoácidos é reduzido, stress como na cirúrgia, nos traumatismos, nas infecções, nas irradiações ou nas queimaduras.

A concentração da albumina no soro é um parâmetro importante na indicação do estado nutricional. No entanto, dado ser uma proteína de fase aguda negativa, a sua baixa concentração pode ser indicativa do estado inflamatório do doente.
Na Doença de Crohn podemos encontrar tanto um estado nutricional diminuído como um estado inflamatório. Estas 2 situações, no entanto, não revelam associação entre elas.


Verifica-se relação significativa entre actividade inflamatória e hipoalbuminemia, demonstrando uma sensibilidade de 100% na identificação de inflamação activa.


Recentemente foi demonstrada a importância de algumas citoquinas, nomeadamente IL-6, IL-1 e α-TNF, como sendo mediadores inflamatórios importantes.
Num estado inflamatório, a IL-6 é responsável pelas alterações das concentrações plasmáticas das proteínas de fase aguda, sejam elas positivas, como a PCR, fibrinogéneo ou ferritina, ou sejam elas negativas, como a albumina, pré-albumina ou transferrina. O principal mecanismo regulador da síntese proteica acontece pela modificação da transcripção genética na célula hepática e não tanto pelo menor aporte de aminoácidos ao fígado.

Aumento de citoquinas pró-inflamatórias é um dado relevante na Doença de Crohn, bem como noutras doenças inflamatórias intestinais, e verificam-se níveis aumentados de α-TNF, IL-1β ou IL-6 na mucosa intestinal inflamada e nos monócitos do sangue periférico. De referir que outras manifestações clínicas da Doença de Crohn, como alterações do metabolismo ósseo, com perda de massa óssea e déficit de crescimento, se correlacionam com o aumento das citoquinas inflamatórias

Hipoalbuminemia
Discreta
2.8 – 3.5 g/dl
Moderada
2.1 – 2.7 g/dl
Grave
< 2.1 g/dl

Apesar da concentração sérica da albumina ser um parâmetro indicador do estado nutricional do doente, não se consegue fazer uma correlação entre estado nutricional e índice prognóstico de várias doenças e nomeadamente Doença de Crohn ou hepatopatias.


A presença de desnutrição não se correlacionou com actividade de Doença de Crohn.
Verificou-se que todos os doentes com Doença de Crohn em actividade, apresentam hipoalbuminemia, sendo sugerido que a semi-vida da albumina ( cerca de 20 dias ) não interfere no resultado da concentração sérica baixa da albumina.

Verifica-se, com alguma frequência, que existe hipoalbuminemia em doentes com Doença de Crohn inactiva na ausência de má absorpção, perdas entéricas ou urinárias. Hipoalbuminemia não se correlaciona com a duração dos sintomas nos doentes com Doença de Crohn, localização e extensão da mucosa ulcerada.


Na Doença de Crohn, o nível de risco de ocorrências de infecção bacteriana, e mesmo sépsis, é aumentado devido às translocações bacterianas que podem ocorrer pela perda de eficiência da barreira mucosa e das alterações de funcionalidade da mucosa associada ao tecido linfóide. Na Doença de Crohn há uma predominância de hipoalbuminemia, perda proteica intestinal e balanço nitrogenado negativo.

quinta-feira, março 21, 2019

Dose ideal de vitamina D nos idosos

Vitamina D em idosos: qual a dose ideal?

Estudo recente efectuado em mulheres de idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos, com excesso de peso ou obesas, tomando quantidades superiores ao triplo da dose diária recomendada de vitamina D, apresentaram melhorias na memória e aprendizagem mas também revelaram prolongados tempos de reacção.
Estes tempos de reacção mais prolongados, podem ser a causa do aumento do número de quedas que se verificam nos idosos fazendo suplementação de vitamina D.
O estudo distribuiu a administração de vitamina D em 3 grupos: suplementação de 600 UI/dia, 2000 UI/dia e 4000 UI/dia. Os resultados mostraram que o grupo intermédio ( 2000 UI/dia ) apresentava uma melhoria em termos de memória e aprendizagem, não se tendo verificado o mesmo no grupo submetido a administração de 4000 UI/dia de vitamina D.
O tempo de reacção no grupo a que foram administradas 2000 UI/dia de vitamina D apresentou-se mais lento, sendo que o tempo de reacção do grupo submetido a dosagem de 4000 UI/dia foi significativamente mais lento ainda.
Os tempos de reacção podem aumentar o risco de queda e fracturas subsequentes. Estes dados estão em consonância com o já conhecido de que suplementação de vitamina D de 2000 UI/dia ou superior aumenta o risco de quedas nos idosos.

segunda-feira, março 18, 2019

Troponina e lesão do miocárdio

Troponina e lesão do miocárdio

O enfarte do miocárdio era diagnosticado através da clínica, ECG e dados analíticos e, particularmente, aumento das enzimas cardíacas ( CK-mb ).
A troponina, e nomeadamente a troponina cardíaca ( cTn ), apresenta uma maior especificidade e este facto faz com que seja actualmente o marcador utilizado para detectar a lesão do miocárdio. A necrose do miocárdio faz subir a troponina sérica ou plasmática, mas também outras causas patológicas cardíacas e sistémicas podem levar a esse aumento.
O aumento da troponina resulta num prognóstico pior. A dinâmica da concentração sérica, ou plasmática, da troponina ( aumento e diminuição dessa concentração ) ajuda a fazer o diagnóstico diferencial entre necrose do cardiomiócito e outras causas etiológicas.
Refira-se que a especificidade da troponina, não sendo total, é mais elevada do que a que apresentam outras enzimas cardíacas.
O enfarte do miocárdio é definido como necrose do miocárdio por isquémia prolongada. Clinicamente define-se enfarte do miocárdio como lesão aguda do miocárdio detectada por biomarcadores cardíacos em concentrações anormais num contexto de isquémia miocárdica aguda.
O enfarte do miocárdio define-se pela dinâmica da troponina no sangue com uma subida, seguida de descida dessa concentração num quadro sugestivo de isquémia do miocárdio.

A troponina é uma proteína do músculo, esquelético ou cardíaco, constituída por 3 isoformas, nomeadamente troponina T, troponina I e troponina C, sendo que as troponinas cardíacas ( cTnT e cTnI ) são componentes da unidade contráctil dos cardiomiócitos e apresentam-se quase exclusivamente no coração.
As cTnI ecTnT são biomarcadores cardíacos preferíveis para fazer a avaliação das lesões das células cardíacas:
  • a cTnI não sofre aumento sérico após lesão noutros tecidos que não o cardíaco
  • com a cTnT, a subida da concentração sérica pode ser de origem musculoesquelética, pois que se podem detectar subidas da concentração sérica de cTnT após lesão musculoesquelética e aquela isoenzima ser de origem muscular que não o coração. Note-se que a falta de especificidade da cTnT não é devida propriamente à isoenzima em si mas sim da técnica que a determina que não apresenta total especificidade relativamente à substância.

A troponina existe numa forma ligada à miosina e noutra forma citosólica livre




Estas 2 formas da troponina, ligada e livre, podem ser a causa da diferente libertação da troponina no soro.

Vários mecanismos existem como responsáveis pela libertação da troponina:
  • tipo 1: por necrose dos miócitos com lesão irreversível das miofibrilhas
  • tipo 2: por apoptose
  • tipo 3: aumento do turnover normal dos cardiomiócitos
  • tipo 4: libertação celular de produtos de degradação da cTn
  • tipo 5: aumento da permeabilidade da parede celular
  • tipo 6: formação e libertação de ampolas membranosas
Como se compreende, alguns destes mecanismos não são lesões irreversíveis dos cardiomiócitos.
A determinação da concentração sérica, ou plasmática, da troponina não permite fazer a dedução do mecanismo causador desse aumento.

É considerada lesão do miocárdio a subida da concentração dos biomarcadores de lesão do miocárdio, e nomeadamente da cTn; a concentração de troponina deve ser superior ao percentil 99 do limite de referência superior da normalidade.

A lesão cardíaca pode ser:
  • aguda: apresentando um aumento dinâmico novo e/ou padrão de diminuição de valores de troponina cardíaca acima do percentil 99
  • crónica: em que a concentração da troponina no sangue se mostra persistentemente elevada mas sem grandes variações



Os valores da concentração da troponina, em altas concentrações, indicam apenas haver lesão do músculo cardíaco, não dando qualquer indicação dos mecanismos fisiopatológicos que estão na base dessa alteração da concentração.
Estas subidas de concentração podem ser secundárias a um estiramento mecânico induzido por pré-carga ou stress fisiológico em indivíduos saudáveis, além de poderem ser motivadas essas subidas por isquémia ou processos inflamatórios.
Na ausência de isquémia, pode a concentração de cTnI elevar-se, de forma reversivel, pelo aumento transitório da pré-carga do ventrículo esquerdo.



Aumento da concentração da troponina em patologias que não enfarte do miocárdio, como por exemplo insuficiência cardíaca, está em paralelo com pior prognóstico e aumento da mortalidade.
Elevação da concentração da troponina pode verificar-se em situações, para além do enfarte do miocárdio, como anemia, taquiarritmia ventricular, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crónica, hipotensão arterial, choque ou hipoxemia.



Nestas patologias podemos verificar não haver lesão do miocárdio, aumento da cTn com lesão do miocárdio que não enfarte do miocárdio e até, em casos mais graves, existência de necrose cardíaca com evidência clínica seguida de elevação da concentração sérica da troponina cardíaca.

Diversos mecanismos podem causar lesão do miocárdio. Estão entre eles:
    • isquémia
    • desequilíbrio do aporte de oxigéneo e seu consumo: aumento do consumo do oxigéneo pelo miocárdio como se verifica nas taquiarritmias sustentadas, hipertensão arterial grave com ou sem hipertrofia do ventrículo esquerdo
    • insuficiência cardíaca
    • miocardite
    • miocardiopatias
    • síndrome de Takotsubo
    • procedimentos de revascularização coronária
    • outros procedimentos cardíacos
    • ablação de arritmias
    • desfibrilação eléctrica
    • contusão cardíaca
Outras causas podem existir de aumento da troponina por lesão do miocárdio secundárias a doenças sistémicas, como sendo:
  • sépsis e doenças infecciosas
  • doença renal crónica
  • icto ou hemorragia subaracnodeia
  • embolia pulmonar e hipertensão pulmonar
  • miocardiopatia inflamatória: amiloidose, sarcoidose
  • quimioterapia
  • doentes em estado grave
  • exercício extremo como corredores de maratona

A lesão do miocárdio é condição necessária mas não suficiente para o diagnóstico de enfarte de miocárdio.



Para haver diagnóstico de enfarte do miocárdio tem de haver provas de isquémia do músculo cardíaco. Falamos em enfarte agudo do miocárdio quando uma lesão aguda do miocárdio se associa a um padrão de aumento e/ou diminuição das concentrações séricas da cTn com pelo menos um valor acima do percentil 99 e isto é causado por isquémia do miocárdio.

Conclusão:
  1. Subida das concentrações séricas, ou plasmáticas, da troponina cardíaca constitui um biomarcador de lesão do miocárdio
  2. Existem vários mecanismos de libertação da troponina cardíaca no sangue
  3. Diagnóstico de enfarte é feito pela dinâmica da troponina cardíaca quando acompanhado de clínica sugestiva
  4. Troponina cardíaca pode elevar-se, para além das situações de enfarte agudo do miocárdio, em patologias cardíacas e sistémicas
  5. O aumento de troponina cardíaca, indicando lesão do cardiomiócito, resulta num prognóstico mais grave com aumento da mortalidade.

@ # # @

Quiz Troponina:

Relativamente à lesão do miocárdio, não é verdade:
  1. A troponina pode aumentar por diversas patologias sistémicas
  2. Lesão do miocárdio é sinónimo de isquémia miocárdica aguda
  3. O aumento da troponina, indicando lesão de miocárdio, resulta num prognóstico pior
  4. Pode existir lesão do miocárdio aguda sem isquémia aguda

É falso que:
  1. A cTnT não aumenta após uma lesão em tecidos não cardíacos
  2. Para falarmos em lesão do miocárdio, os níveis de cTn no sangue devem ultrapassar o percentil 99 do LSN ( limite de referência superior da normalidade ) e deve existir isquémia
  3. A troponina apenas é libertada quando existe necrose dos miócitos
  4. A actual definição de enfarte agudo do miocárdio requer uma dinâmica de aumento/diminuição da concentração da troponina causada por isquémia miocárdica com, pelo menos, um valor acima do percentil 99 do LSN


segunda-feira, fevereiro 25, 2019

Variantes de Hemoglobinas


Variantes de Hemoglobinas

A hemoglobina é uma metaloproteína tetramérica globular composta por 2 unidades alfa e 2 unidades não-alfa, contendo 4 grupos heme.



A hemoglobina varia na sua composição das cadeias consoante o estado evolutivo do ser humano. Assim, no embrião, a hemoglobina pode ser Hgb Gower I ( ξ2 ε2 ), Hgb Gower II ( α2 ε2 ) e Hgb de Portland ( ξ2 γ2 ), passando a Hgb fetal, no feto, com a composição Hgb F ( α2 γ2 ) e finalizando, na normalidade em Hgb A1 ( α2 β2 ) ou Hgb A2 ( α2 δ2 ).
No indivíduo adulto, a hemoglobina aparece em 96-98% com Hgb A1 ( α2 β2 ), 2-3% como Hgb A2 ( α2 δ2 ) e em menos de 1% se encontra Hgb F ( α2 γ2 ). Em latentes, a Hgb F se apresenta entre 50% e 80%, nos recém-nascidos, desce para 8% até aos 6 meses e fico nos 1-2% após os 6 meses de idade.
As variantes de hemoglobinas, ou hemoglobinopatias, são o resultante de mutações que afectam os genes responsáveis pela síntese das cadeias de globina que formam a hemoglobina e que podem ser divididas em:
  • alterações quantitativas: com diminuição ou mesmo ausência de uma ou mais cadeias de globina e originando a talassémia
  • alterações qualitativas: alterações estas que originam variantes estruturais das hemoglobinas, nomeadamente as Hgb S, C, D ou outras.
As hemoglobinopatias são as alterações monogénicas mais comuns encontradas, atingindo cerca de 6% da população mundial e são transmitidas de pais para filhos de forma autossómica recessiva.

As técnicas usadas no despiste de variantes da hemoglobina são:
  • técnicas de electroforese
  • técnicas de cromatografia
  • técnicas de estudo funcional da hemoglobina
          • teste de solubilidade da Hgb S
          • teste de estabilidade – teste de isopropanol
          • pesquiza de corpos de inclusão de Hgb H
          • estudos de afinidade para o oxigéneo molecular
A electroforese das hemoglobinas permite detectar Hgb S, D do Punjab, C, E ou de Lepore. Apresenta uma boa separação de Hgb A em relação à Hgb F e permite detectar variantes raras.
A técnica de cromatografia, quantifica fracções normais e anómalas, baseando-se na sua carga global e comportamento ácido-base. Permite uma quantificação relativa dos níveis de Hgb A1, Hgb F, variantes estruturais de Hgb e identificação de Hgb S, D, C e E.

HPLC de fase reversa, HPLC-RP, permite a identificação de variantes estruturais da hemoglobina, quantificação das variantes estruturais, identificação do tipo de cadeia globina alfa e não-alfa, detecção de variantes de hemoglobinas neutras e avaliar a presença de níveis de Hgb F aumentados, as cadeias Gγ, AγI, AγT da Hgb F.





A hemoglobina padrão é designada de Hgb A, sendo que todas as hemoglobinas que não são A são chamadas de variantes de hemoglobina.
Os indivíduos podem apresentar um padrão normal – Hgb AA – não tendo necessidade de encaminhamento para estudo genético e não apresentando doença falciforme; pode o doente apresentar-se como sendo Hgb AS ( heterozigoto para Hgb S ou traço falciforme ) tendo necessidade de estudo genético mas não apresentando doença falciforme ou sendo Hgb AC ( heterozigótico para Hgb C ) devendo efectuar-se estudo genético mas não tendo o doente doença falciforme; ou sendo Hgb A com outra variante qualquer, sendo que deverá o doente ser encaminhado para estudo genético de doença falciforme mas não apresentando doença falciforme. O doente também se pode mostrar como sendo Hgb SS ou Hgb SC, em que o doente tem doença falciforme ou o doente ainda poderá ter Hgb S e outra variante ou Hgb C e outra variante sendo que nestes casos também é um doente com doença falciforme e deverá haver estudo genético e consulta de Hematologia proposta ao doente.
A incidência de testes alterados é de cerca de 1 em cada 60 testes.

Adultos saudáveis no geral apresentam uma combinação de Hgb A1 e Hgb A2, sendo que a Hgb F também costuma aparecer em quantidades muito reduzidas. Hgb F em percentagens superiores a 2% do total já é considerado anormal.
A hemoglobina S é uma hemoglobina associada a anemia falciforme enquanto que a hemoglobina C é uma hemoglobina anormal associada a anemia hemolítica.

As talassémias são patologias caracterizadas por alterações quantitativas da hemoglobina.
Na vida fetal, a hemoglobina que predomina é a Hgb F, composta por 2 cadeias alfa e 2 cadeias gama. Após o nascimento, as cadeias gama são substituídas por 2 cadeias β ou δ.
A talassémia resulta de uma mutação genética nos genes da globina com consequente diminuição, ou mesmo abolição, da síntese de uma das cadeias de globina, o que leva a uma eritropoiese ineficaz com produção de hemoglobina deficiente, hemólise e anemia que pode ser mais ou menos severa.

Basicamente existem 4 síndromes talassémicos:
  • alfa-talassémia, caracterizada por redução ( α+ talassémia ) ou ausência ( α0 talassémia ) da síntese das α-globulinas
  • beta-talassémia, em que se verifica redução ( β+ talassémia ) ou ausência ( β0 talassémia ) das cadeias β-globulina
  • delta/beta-talassémia, caracterizado por redução ( δ+/β+ talassémia ) ou ausência de síntese das cadeias δ-globulina ou β-globulina, respectivamente.

A persistência de Hgb F, que leva a que existam no adulto altas percentagens desta variante, não causa doença clínica mas, pelo contrário, reduz a severidade da talassémia e da ausência de células falciformes ( Hgb S ).

As alterações da síntese das globinas levam a que se verifique uma produção inadequada da hemoglobina A e assim ocorre hipocromia e microcitose. As cadeias da globina não afectadas pela alteração são produzidas em quantidades normais e a sua precipitação nos eritrócitos é responsável pela lise que ocorre no baço e consequente anemia hemolítica. De salientar que a talassémia dá uma maior resistência à parasitação pelo plasmódio.

Alfa-talassémia: as formas mais comuns da α-talassémia resultam da delecção de 1, 2, 3 ou 4 genes da cadeia α-globina nas 2 cópias do cromossoma 16. É uma doença muito comum na Ásia e bacia do Mediterrâneo e população africana indígena.
a) α-talassemia 2: deve-se à delecção de um alelo alfa; assintomático, os portadores, silenciosos clínica e laboratorialmente, podem agravar o tracto α-talassémico nos seus descendentes. Requer apenas aconselhamento genético
b) α-talassemia 1: resulta da delecção de 2 cópias do gene de α-globina no mesmo cromossoma; o doente apresenta anemia com leve hipocromia e microcítica sem aumento de Hgb A2. Requer apenas aconselhamento genético
  1. Hemoglobina H: resulta do cruzamento de um ascendente α-talassemia 2 com outro α-talassemia 1, originando a delecção de 3 genes da α-globina. Apenas se verifica existir uma pequena quantidade de Hgb A. Há um excesso de cadeias β formando-se a Hgb β4 , que é anormal e instável. Os doentes têm anemia hemolítica moderada a severa, que se exacerba com infecções, medicamentos e outros aspectos oxidantes.
  1. Hemoglobina de Barts ou hidrops fetalis ou Hgb γ4: é originada pela herança de α-talassemia 1 de ambos os progenitores, resultando em ausência total dos genes das α-globinas e assim não havendo Hgb F nem Hgb adulta, acumulando-se a Hgb γ4. Não há transporte de oxigéneo aos tecidos. O feto desenvolve severa insuficiência cardíaca congestiva e morte intrauterina. É uma doença exclusiva do sudeste asiático. 

Beta-talassémia: síndrome heterogéneo composto por mais de 50 variantes definidos por mutações genéticas específicas. A transmissão é hereditária e de padrão mendeliano podendo os doentes serem heterozigóticos ( traço β-talassémico ) ou homozigóticos ( β-talassémia intermédia ou β-talassémia acentuada ).
Os doentes com β-talassémia apresentam hipocromia e microcitose com cadeias α-globina em excesso que precipitam nos eritroblastos originando hemólise dos eritroblastos, na medula óssea, e dos eritrócitos no baço e sangue periférico ( anemia hemolítica ). A anemia é severa originando expansão da medula óssea. Observa-se o facies mongolóide característica nos doentes homozigóticos. Anemia severa com ICC, excesso de ferro resultando da aumentada absorpção no tubo digestivo e esfregaço de sangue periférico com presença de marcada hipocromia, microcitose, poiquilócitos, eritroblastos e invasão maciça da medula óssea por precursores eritróides.
Doentes heterozigóticos ( traço β-talassémico ) são assintomáticos. É importante fazer o diagnóstico diferencial com a carência de ferro. Hgb A1 está aumentada.
Variante de β-talassémia, como Hgb de Lepore ( comum no sudeste asiático ) é diagnosticado por electroforese de hemoglobinas. Traço β-talassémico requer unicamente aconselhamento genético.

As hemoglobinas variantes originam-se por substituição de um amino-ácido por outro na superfície externa da molécula ( raramente podem haver substituições de 2 amino-ácidos por outros 2 na mesma cadeia ). A substituição na superfície externa, com excepção da Hgb S, C e E não produzem alterações funcionais significativas. Substituição de amino-ácidos na superfície externa envolvem resíduos polares e não polares e causam instabilidade molecular da hemoglobina com oxidação do grupo heme e formação excessiva de metemoglobina e precipitação da globina instável que se pode observar por meio da presença de corpos de Heinz.



Podem as hemoglobinas variantes também serem causadas por substituição de aminoácidos envolvidos na afinidade ao oxigéneo sendo estes cerca de 50 tipos de hemoglobinas variantes e que apresentam afinidade aumentada ou diminuída. As variantes com aumento de afinidade originam eritrocitose enquanto que as com diminuição de afinidade originam anemia hemolítica.
Outras alterações podem ocorrer com vista à formação de variantes de hemoglobina como sejam alterações que se caracterizam por oxidação espontânea e contínua de ferro com formação excessiva de metahemoglobina; alterações com fenótipos α- ou β- talassémicos, fusão entre 2 cadeias globina diferentes como a hemoglobina de Lepore ( Hgb por fusão das cadeias δ e β ) ou a hemoglobina anti-Lepore ( por fusão das cadeias β com δ ). Muitas outras alterações existem.

Hemoglobina C: alterações na β-globina em que o aminoácido ácido glutâmico é substituído pela lisina o que origina alteração da carga eléctrica e desse modo a mobilidade é muito lenta em electroforese alcalina comparativamente à mobilidade da Hgb A, S ou Lepore. O doente com Hgb CC apresenta anemia hemolítica variável e esplenomegalia pode ocorrer. A hemoglobina está nas 9-12 g/dl com hematócrito de 30-40%, reticulocitose de 3-7% e observam-se muitas células alvo. Na hemoglobina CC não se detecta Hgb F elevada , na Hgb C/Tal a Hgb F é elevada e acima de 5%.

Hemoglobina D: variante de hemoglobina com mobilidade em electroforese de pH alcalino igual à da Hgb S é separado em pH ácido. Totalmente assintomático quando em Hgb AD, sendo que a fracção D pode constituir 30-50% da hemoglobina total.
Hemoglobina D em conjunto com β-talassémia causa anemia microcítica hipocrómica, com valores de hemoglobina de 9.5-12 g/dl, VGM < 77 fl e HGM < 27 pg. Diagnóstico diferencial com Hgb SD em que electroforeses em pH alcalino não separa as 2 fracções bem como o teste de falciformação, que é positivo, não dá a indicação de qual hemoglobina está em causa. Electroforese em pH, ácido é o indicado para a diferenciação das variantes sendo a Hgb S mais lenta do que a Hgb D.
Várias variantes da Hgb D existem como a de Punjab, Los Angeles, Irão, Ibadan, etc.

Hgb A1        α2 – β2                              Os genes da α-globina estão no cromossoma 16
Hgb A2       α2A – δ2                        
HbF            α2A – γ2                             Os genes da β-globina estão no cromossoma 11
HgG Fetal  α2G – γ2 

Há 4 genes codificadores da cadeia α-globina enquanto que a cadeia β-globina é codificado por 2 genes.

Hemoglobina E é uma das variantes de hemoglobina mais frequentes e atinge principalmente as pessoas do sudeste asiático ( Laos, Cambodja, Tailândia ). Apresentam, em homozigotia, anemia hemolítica suave, microcitose e ligeira esplenomegalia. Em heterozigotia a hemoglobina E não causa sintomatologia.

Hemoglobina F, a hemoglobina do feto, está ao nível do adulto ao fim de 6 meses – 1 ano de idade. Pode estar elevado na β-talassémia e frequentemente aparece elevado em doente com anemia falciforme ou β-talassemia. Também pode estar elevada na situação de persistência de Hgb fetal, distúrbio hereditário assintomático. Hgb F pode estar aumentada em leucemias e SMP.

Hemoglobinopatia SC cursa com anemia hemolítica leve e esplenomegalia moderada. Podem ocorrer oclusões vasculares como as que ocorrem na anemia falciforme.
Na hemoglobinopatia SD pode ocorrer oclusão vascular ocasional e anemia hemolítica moderada.