Proteossoma
O proteossoma 26 S, o mais comum dos proteossomas, é um complexo de proteínas com capacidade para degradar as proteínas em seus constituintes peptídeos com 7-9 aminoácidos e consumo de ATP.
O
proteossoma faz parte do sistema ubiquitina-proteossoma e degrada as
proteínas previamente ubiquitinadas, sendo a ornitina descarboxilase
a única excepção, sendo que esta faz a proteólise associada à
antienzima do seu inibidor.
http://youtu.be/hvNJ3yWZQbE
O
proteossoma 26 S é constituído por um complexo catalítico central
de nome proteossoma 20 S que se liga lateralmente a complexos
regulatórios 19 S. O proteossoma 20 S, em forma de cilindro, é
formado por 2 anéis alfa e 2 anéis beta, na sequência
alfa-beta-beta-alfa, sendo cada anel constituído por 7 subunidades e
sendo os anéis alfa estruturais e os anéis beta com função
catalítica.
As
subunidades alfa fazem a estabilização das subunidades beta que
realizam as clivagens proteicas. É função das subunidades alfa,
também, a ligação ao complexo 19 S.
O proteossoma 26 S apresenta-se como um tubo, com duas entradas nas extremidades 19 S, um complexo 19 S que se liga a cadeia poliubiquitina e se anexa à subunidade 20 S, utilizando a energia do ATP para fazer o desdobramento da proteína e preparando o canal que leva ao local proteolitico 20 S.
Existem
cerca de 30000 proteossomas na célula, quer intranucleares quer
extranucleares.
A
ubiquitina, proteína que faz parte do sistema
proteossoma-ubiquitina, é uma proteína de 76 aminoácidos com
função de ubiquitinar ( sinalizar ) as proteínas destinadas à
degradação, necessita de enzimas para actuar e afecta praticamente
todos os processos celulares como o transporte transmembrana ou a
reparação e transcripção do DNA.
A
via ubiquitina-proteossoma tem 2 fases ( ubiquitinação pela
ubiquitina e degradação pelo proteossoma ) e dispende energia na
sua acção catabólica/proteolítica, originando oligopeptídeos de
7-9 aminoácidos como produto final da degradação proteica. Esta
via ocorre no citosol e tem 3 etapas distintas, cada uma das quais
com intervenção de uma enzima, nomeadamente E1 ( activadora da
ubiquitina ), E2 ( conjugadora ) e E3 ( ligase ).
De
referir que enquanto a ubiquitinação é uma reacção reversível,
a degradação com produção de oligopeptídeos de 7-9 aminoácidos
é uma reacção irreversível, pois apenas assegura hidrólises e
não sinteses.
A principal função do sistema proteossoma é a degradação de proteínas inutilizadas ou com erros de produção. Outras funções deste sistema são o fornecimento de aminoácidos para a síntese de novas proteínas, remoção de excesso de enzimas e remoção de factores de transcrição nomeadamente factores de transcripção não funcionais.
A
actividade do sistema proteossoma no ciclo celular é principalmente
evidente na transição G1 para S, anafase da mitose e no final da
mitose.
O
sistema proteossoma actua na degradação proteica das proteínas que
controlam a formação e degradação do fuso acromático. Também,
dada a replicação do DNA ser inibida por um inibidor específico
para a cinase, a degradação deste inibidor por fosforilação pelo
sistema ubiquitina-proteossoma origina o início desta replicação,
possibilitando a transição da fase G1 para a fase S onde se
sintetizam as biomoléculas que vão integrar a nova célula.
O
sistema proteossoma também actua no sistema imunitário, e
nomeadamente no reconhecimento dos antigéneos. Neste sistema são
produzidos peptídeos antigénicos derivados dos antigéneos que
levam à maturação linfocitária T específica ao nível do
complexo major de histocompatibilidade.
Os proteossomas estão continuamente a degradar factores apoptóticos. A inibição dos proteossomas, por este motivo, tem-se tornado uma nova estratégia no combate ao cancro.
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