Bupropiona
Com o objectivo de alcançar a remissão da doença de Crohn tem-se vindo a usar, cada vez mais, a bupropiona. A α-TNF tem uma participação de fundamental importância no desenvolvimento das úlceras presentes na doença de Crohn.
A concentração extracelular de dopamina e noradrenalina é aumentada pela acção da bupropiona por esta inibir o retrotransporte para o interior celular após a sua libertação. Para além da α-TNF, também outras citoquinas são envolvidas nos processos inflamatórios que se verificam na doença de Crohn como sejam a IL-1β, γ-interferão e IL-10.
Os doentes que usam bupropiona apresentam concentrações séricas de α-TNF, γ-interferão e IL-1β significativamente inferiores comparativamente com os doentes que não fazem bupropiona. Verifica-se também que a concentração sérica de óxido nítrico é significativamente mais baixo quando é administrado bupropiona em comparação com os níveis detectados nos doentes a quem não é administrado bupropiona.
Diarreia, imobilidade, letargia ou piloerecção, sintomatologia própria de endotoxémia, é mais leve ou mesmo ausente nos doentes tratados com bupropiona. Doentes a fazerem bupropiona apresentam uma contagem plaquetária significativamente mais elevada do que os não tratados com esta droga. A leucocitose também é significativamente superior nos doentes a fazerem bupropiona.
Diarreia, imobilidade, letargia ou piloerecção, sintomatologia própria de endotoxémia, é mais leve ou mesmo ausente nos doentes tratados com bupropiona. Doentes a fazerem bupropiona apresentam uma contagem plaquetária significativamente mais elevada do que os não tratados com esta droga. A leucocitose também é significativamente superior nos doentes a fazerem bupropiona.
A produção de citoquinas pró-inflamatórias como α-TNF, γ-interferão e IL-1β é prejudicada pela bupropiona, " in vivo ". Aumento dos anticorpos e resposta imune celular diminuída aos antigéneos verificam-se pelo uso da bupropiona. Verifica-se relação inversa entre o cAMP intracelular e a síntese da α-TNF. A imunomodelação que a bupropiona realiza é mediada por aumentados efeitos agonistas nos receptores D1 dopaminérgicos ou β-adrenorreceptores nos macrófagos e/ou linfócitos, em aumento de cAMP e diminuição consequente da α-TNF.
Através da estimulação dopaminérgica D1, a bupropiona aumentando a cAMP intracelular afecta a síntese da α-TNF.
A bupropiona reduz a actividade de doenças nas quais a α-TNF activa fisiologicamente. Estão neste caso doenças como doença de Crohn, dermatite atópica ou a psoríase.
A α-TNF tem um papel importante noutras doenças como LLC ou mieloma múltiplo, podendo por este motivo a bupropiona ter utilidade no tratamento destas patologias.
A bupropiona por diminuir a concentração sérica da α-TNF pode levar a uma remissão clínica da doença de Crohn praticamente total, tendo-se verificado remisões de 2 anos ou mais. O modo de actuação da bupropiona é o aumento da concentração de cAMP intracelular com diminuição consequente da α-TNF.
A doença de Crohn é uma doença crónica, inflamatória intestinal, ainda incurável, que pode atingir todo o tubo gastro-intestinal. O tratamento curativo e compreensão da etiologia continuam a ser desconhecidos e por tal prosseguem estudos nos campos da imunologia, microbiologia, biologia molecular e ciência da alimentação. Dado este objectivo de cura ainda não ter sido atingido, tenta-se reduzir o número de crises e espaçá-las o mais possível, tentando desta forma melhorar a qualidade de vida e a sua produtividade até um patamar de igualdade comparativamente com indivíduos saudáveis.
Verifica-se haver muito frequentemente uma ligação entre o psíquico do doente e o curso da doença, e isto apesar de nada apontar para o desencadear da doença ter como interveniente principal um fundo psíquico.
Vários
estudos sugerem um impacto positivo do tratamento com
antidepressivos, bupropiona e outros, sobre a actividade da doença
inflamatória intestinal. A bupropiona é a mais recomendada para
este efeito.
Infliximab, um anticorpo monoclonal anti-α-TNF apresenta uma eficácia grande na terapêutica da doença de Crohn e na cicatrização das fístulas que se podem observar. Esta terapêutica é, no entanto, muito dispendiosa, tem de ser administrada por via endovenosa e, embora raramente, pode causar efeitos laterais alguns deles graves.
O cAMP é um regulador intracelular do α-TNF verificando-se que um aumento da cAMP intracelular corresponde uma baixa da concentração do α-TNF. Isoproterenol, um agonista β-adrenérgico, também tem
capacidade de diminuir a concentração de α-TNF.
Os doentes com doença de Crohn apresentam concentrações de norepinefrina e dopamina, na mucosa intestinal, inferiores às concentrações de indivíduos saudáveis. Estas concentrações de dopamina e norepinefrina aumentam com o uso da bupropiona.
A
bupropiona não causa regulação negativa compensatória dos
receptores β-adrenérgicos.
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